Anticristo e Marca Besta
Mente Renovada

O espírito do Anticristo e a marca da Besta

Nota: caso prefira, disponibilizo no final deste post o arquivo completo em PDF para você baixar e imprimir, ou mesmo compartilhar com seus contatos.

O termo anticristo é empregado no Novo Testamento apenas pelo apóstolo João em suas duas primeiras epístolas. João, o mais jovem dos doze apóstolos, foi o que permaneceu como última testemunha viva da encarnação do Verbo de Deus. Nos dias da sua velhice, já presenciava o início da apostasia e engano que havia no mundo e a ameaçava a Igreja de Cristo.

Em 2 Tessalonicenses 2:3-12, Paulo já havia alertado sobre a apostasia e a operação da iniquidade que já estava havendo, e que se manifestaria mais fortemente, após ser afastado aquele que o estava detendo. O iníquo, segundo Paulo, opera segundo a eficácia de Satanás através de pessoas que se deleitam com a injustiça. Mas, até aquele momento, havia uma Equipe Apostólica que detinha que o engano (as doutrinas satânicas) entrassem na Igreja, trazendo “morte na panela”. E, neste contexto, João foi o último dos doze apóstolos que detinha o engano de se infiltrar nas igrejas cristãs.

Encontramos o ensinamento de João sobre o espírito do Anticristo em 1 João 2:18-25, transcrito abaixo:

“Filhinhos, já é a última hora; e, como ouvistes que vem o anticristo, também, agora, muitos anticristos têm surgido; pelo que conhecemos que é a última hora. Eles” (note o plural) “saíram de nosso meio; entretanto, não eram dos nossos; porque, se tivessem sido dos nossos, teriam permanecido conosco; todavia, eles se foram para que ficasse manifesto que nenhum deles é dos nossos.

Não vos escrevi porque não saibais a verdade; antes, porque a sabeis, e porque mentira alguma jamais procede da verdade. Quem é o mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? Este é o anticristo, o que nega o Pai e o Filho. Todo aquele que nega o Filho, esse não tem o Pai; aquele que confessa o Filho tem igualmente o Pai.

Permaneça em vós o que ouvistes desde o princípio. Se em vós permanecer o que desde o princípio ouvistes, também permanecereis vós no Filho e no Pai. E esta é a promessa que Ele mesmo nos fez, a vida eterna. Isto que vos acabo de escrever é acerca dos que vos procuram enganar.

Quanto a vós outros, a unção que dEle recebestes permanece em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a Sua unção vos ensina a respeito de todas as coisas, e é verdadeira, e não é falsa, permanecei nEle, como também ela vos ensinou.

Filhinhos, agora, pois, permanecei nEle, para que, quando Ele se manifestar, tenhamos confiança e dEle não nos afastemos envergonhados na Sua vinda. Se sabeis que Ele é justo, reconhecei também que todo aquele que pratica a justiça é nascido dEle”.

João deixa claro que muitos anticristos têm surgido no mundo, desde o tempo da Igreja Primitiva. Estes anticristos, segundo ele, são pessoas que um dia estiveram na comunhão dos santos. Para um indivíduo ser “ANTI” alguma coisa, deve, anteriormente, ter sido parte daquela coisa. Por isso João explica: “Eles saíram de nosso meio; entretanto, não eram dos nossos; porque, se tivessem sido dos nossos, teriam permanecido conosco; todavia, eles se foram para que ficasse manifesto que nenhum deles é dos nossos”.

O ensinamento de João continua enfatizando que a unção de Deus que permanece sobre os santos os guiará a toda a verdade, produzindo discernimento sobre os espíritos. Se um espírito é de Deus, ele confessa a justiça e o reto proceder. Se não procede de Deus, nega a Jesus e ao Pai. E conclui: “Se sabeis que Ele é justo, reconhecei também que TODO AQUELE que pratica a justiça é nascido dEle” (vs. 2:29). O ensinamento é que os frutos de justiça são indícios para nós discernimos os filhos de Deus e os anticristos.

O ensinamento apostólico continua enfatizando o espírito de ENGANO que paira no mundo: “Filhinhos, não vos deixeis enganar por ninguém; aquele que pratica a justiça é justo, assim como Ele é justo” (3:7).

Então, a epístola de João volta a abordar a questão dos falsos profetas e do espírito do anticristo, em 1 João 4:1-6, transcrito a seguir:

“Amados, não deis crédito a qualquer espírito; antes, provai os espíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo fora. Nisto reconheceis o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; e todo espírito que não confessa a Jesus não procede de Deus; pelo contrário, este é o espírito do anticristo, a respeito do qual tendes ouvido que vem e, presentemente, já está no mundo.

Filhinhos, vós sois de Deus e tendes vencido os falsos profetas, porque maior é aquele que está em vós do que aquele que está no mundo. Eles procedem do mundo; por essa razão, falam da parte do mundo, e o mundo os ouve. Nós somos de Deus; aquele que conhece a Deus nos ouve; aquele que não é da parte de Deus não nos ouve. Nisto reconhecemos o espírito da verdade e o espírito do erro”.

Pelas passagens que citamos das epístolas de João chegamos às conclusões enumeradas abaixo e que esclarece que não há um anticristo ainda por se manifestar em nossos dias, como muitos cristãos andam ensinando e pregando:

  1. Os anticristos saem do meio da convivência dos santos;
  2. Os falsos profetas procedem do mundo, falam da parte do mundo, e o mundo os ouve;
  3. O espírito do anticristo não opera apenas através de um indivíduo, mas teve, tem e terá muitos canais;
  4. Precisamos depender a unção de Deus (o Espírito Santo) que repousa sobre nós para provar os espíritos, buscando o discernimento dos canais do “espírito da verdade” e do “espírito do erro”;
  5. João enfatiza o grande engano que opera no mundo e a necessidade de desenvolvermos percepção espiritual para discernirmos a fonte das manifestações sobrenaturais, a origem dos ensinamentos, se é de Deus ou segundo a operação enganosa do espírito do anticristo e/ou dos falsos profetas;
  6. Muitos cristãos esperam a manifestação do Anticristo, como sendo um indivíduo. Sim, este espírito do anticristo opera através de indivíduos, mas não apenas de um personagem específico, um grande líder específico. O espírito do anticristo “…vem e, presentemente, já está no mundo”.

João sabia e estava alertando as igrejas dos seus dias que o espírito do anticristo estava operando nos ensinamentos dos gnósticos[1], grupo de judeus anticristo que afirmavam que Jesus não veio em carne. Por isso ele começa a sua epístola testemunhando: “O que era desde o princípio, o que temos ouvido, o que temos visto com os nossos próprios olhos, o que contemplamos, e as nossas mãos apalparam, com respeito ao Verbo da vida, e a vida se manifestou, e nós temos visto, e dela damos testemunho…” (1:1, 2a). Sim, o Verbo não veio em espírito, mas em carne e sangue, João O ouviu, viu e apalpou. João foi o discípulo amado que se reclinava no colo de Jesus. Ele era a última testemunha viva da encarnação do Verbo de Deus. Portanto, seu testemunho desfazia as mentiras e engano propagado pelos gnósticos anticristo.

E até o final do capítulo primeiro João traz ensinamentos que desmascaram as doutrinas dos gnósticos que estavam sendo divulgadas entre as igrejas cristãs. Os gnósticos pregavam que Jesus não veio em carne; que eles não tinham nem cometiam pecado, dentre outros assuntos.

É importante o entendimento dos assuntos tratados em 1 João 1:5 a 2:6, pois neles João traz o ensinamento apostólico que rebate algumas afirmações mentirosas das doutrinas gnósticas que queriam perverter a verdade apostólica já recebido. Nestes versículos João apresenta o ensinamento dos gnósticos: “Se dissermos… Se dissermos… Se dissermos…” ; e, então, apresenta o contraponto: “Se, porém…, Se confessarmos…, Se, todavia, alguém pecar…”. Há distorções no meio cristão a respeito do entendimento das verdades tratadas aqui por João. Mas não vamos nos aprofundar agora neles, embora já é bem esclarecedor, no momento, sabermos que João está rebatendo o engano dos gnósticos.

Por fim, em sua segunda epístola, João ainda admoesta a respeito dos muitos espíritos de engano que operam através dos anticristos:

Porque muitos enganadores têm saído pelo mundo fora, os quais não confessam Jesus Cristo vindo em carne” [doutrina gnóstica]; “assim é o enganador e o anticristo. Acautelai-vos, para não perderdes aquilo que temos realizado com esforço, mas para receberdes completo galardão. Todo aquele que ultrapassa a doutrina de Cristo e nela não permanece não tem Deus; o que permanece na doutrina, esse tem tanto o Pai como o Filho. Se alguém vem ter convosco e não traz esta doutrina, não o recebais em casa, nem lhe deis as boas-vindas. Porquanto aquele que lhe dá boas-vindas faz-se cúmplice das suas obras más” (2 João 1:7-11).

Neste tempo da operação do erro precisamos PERMANECER NA DOUTRINA apostólica para não sermos por possuídos por espíritos de engano. Permaneçamos debaixo da unção do Senhor, em unidade com a Ordem Divina, que nos protegerá e guiará a toda a verdade. Que tenhamos zelo e fidelidade às Escrituras e não a distorçamos.

Lá e então; aqui e agora

Ao tentar interpretar as Escrituras precisamos ter muito zelo, coerência, boa consciência e amor à verdade. Existe duas ciências da teologia que são importantes e nos dão princípios para a interpretação da Bíblia: a exegese e a hermenêutica. Ambas buscam aplicar princípios coerentes de interpretação bíblica, que se tornam segurança para uma interpretação equilibrada. Pois, a intensão de todo leitor da Bíblia é descobrir a mensagem de Deus para os cristãos de hoje a partir dos ensinos e das histórias daquela época.

A Exegese nos ensina princípios para entendermos o que as histórias e ensinamentos significaram lá e então. Isso porque, as Escrituras foram escritas originalmente para outra pessoa; há muito tempo; para um povo de valores culturais diferentes; em outro idioma; utilizando variadas formas literárias e convenções que eram comuns no tempo que eles escreveram e, ainda, o cenário se deu em uma geografia bem específica. Portanto, nós temos a distância no tempo, na cultura, na geografia e no idioma com relação aos mundos dos textos bíblicos.

Os princípios ensinados pela Exegese nos ajudam a entender os costumes e os conceitos do mundo bíblico que nos são estranhos. Todos estes aspectos devem ser levados em consideração quando estivermos lendo a Bíblia para buscar sua aplicação prática em nossas vidas hoje.

Primeiro precisamos “ouvir a mensagem” da Bíblia da mesma forma que as plateias originais a teriam ouvido ou da mesma forma que os primeiros leitores a teriam entendido. Por fim, confiar e depender que o Espírito Santo nos revele como aquelas verdades registradas nas Escrituras se aplicam às nossas vidas hoje, aqui e agora. A Hermenêutica é a ciência que nos dá subsídios de interpretação bíblica para entendermos o lá e então e trazer para o aqui e agora.

A marca da Besta

Um dos princípios de interpretação das Escrituras afirma: “Bíblia se explica com Bíblia”, ou seja, para fundamentarmos uma doutrina ou ensinamento como sendo bíblico, precisamos encontrar dois ou três textos que confirmam o mesmo. Nunca se deve basear uma doutrina em apenas um texto bíblico isolado, ou estabelecer um princípio baseado em apenas uma Escritura. E, de preferência, que o assunto seja tratado por mais de um canal (escritor).

Creio que este é descuidado que as pessoas têm ao interpretar a marca da besta na fronte das pessoas. Muitas coisas já foram afirmadas por cristãos a respeito da “marca da besta”. Uns dizem que será um chip implantado no cérebro das pessoas e que controlará os seus pensamentos. Já outros profetas apocalípticos afirmam que é o código PIX – sistema de transação bancária implantado pelos bancos e governos.

Portanto, voltemos a pesquisar as Escrituras para entender o significado de marcas ou sinais na testa.

No meu estudo do livro de Apocalipse explico com detalhes como todo o livro foi escrito utilizando-se a forma literária do Paralelismo Hebraico, quando versículos ou textos maiores são colocados em parelhas correlacionadas e que tratam do mesmo assunto. No mesmo, explico que as passagens de Apocalipse 6:5, 6 e 14:9-13, referentes ao terceiro selo e ao terceiro anjo, respectivamente, são textos paralelos, que tratam do mesmo episódio de forma a se complementar. Os selos se referem à Peste Negra que houve na Idade Média e a voz do terceiro anjo fala do período da Inquisição, que também marcou o mesmo período da Idade Média. A Peste Negra e a Inquisição foram dois acontecimentos que marcaram este período negro da história da humanidade.

O cavalo preto é um símbolo de lamento ou aflição. Sendo assim, ele está tipificando, na cronologia de Apocalipse, à Peste Negra (veja o Apêndice I). Originário da China, o vírus dessa peste foi introduzido na Europa em 1348 e se propagou com grande rapidez. Em pouco tempo, a Peste Negra dizimou entre um terço e a metade da população europeia. A difusão do vírus da peste foi facilitada por uma série de fatores. Um dos principais foi a inadequação da estrutura urbana à concentração demográfica. Em outras palavras, as cidades daquela época não eram planejadas.

A Balança na mão do cavaleiro sugere escassez de alimento, falta de provisão. O que é confirmado pela expressão: “Uma medida de trigo por um denário; e não danifiques o azeite e o vinho” (6:6). A comida básica se vende a preço de ouro, sendo que a provisão de um dia se comprará pelo salário dum dia de trabalho (Mateus 20:3). Normalmente, um denário (vs. 6) compraria entre doze e quinze vezes a comida necessária para um homem.

A escassez de alimento foi um outro problema que assolou a Europa, juntamente com a Peste Negra. O motivo foi a insuficiência da produção agrícola, provocada pelo regime de trabalho no Sistema Feudal. Enquanto o mercado consumidor aumentava, a produção agrícola nas propriedades feudais se mantinha parada ou crescia muito pouco. Por isso, a população das cidades, que crescia rapidamente, não dispunha da quantidade necessária de alimentos. Observe o seguinte trecho que descreve a situação daquela época:

Os franceses sofriam então a fome; as piores colheitas se sucediam uma atrás da outra, fazendo os preços dos cereais subirem a um nível nunca visto. Os comerciantes desonestos se aproveitavam da miséria alheia. Havia pouco pão e o preço era alto. Os pobres supriam a fome comendo raízes e ervas selvagens”.

Já o texto paralelo de Apocalipse 14:9-13 tem alguns tópicos importantes e que estão relacionados à mesma época a que se referiu a passagem de Apocalipse 6:5, 6.

Fala da besta e a sua imagem, perseverança dos santos e ainda se refere aos que morrem no Senhor. Ainda estamos na Idade Média e tudo isso se refere ao período da Inquisição.

No começo do Século XIII, a situação da Igreja Romana era dúbia. Para tentar preservar a autoridade da Igreja, foi criada a Inquisição.

A Inquisição, denominada “Santo Ofício”, foi instituída por Inocêncio III[2] e aperfeiçoada sob o segundo papa que se seguiu, Gregório IX. Veio a se tornar um órgão terrível. Era o tribunal eclesiástico, ao qual incumbia prender e castigar os considerados hereges pela Igreja Romana. Todos os suspeitos de heresia estavam sujeitos a torturas, sem saber quem os havia acusado. O processo corria, secretamente.

No período que se seguiu imediatamente a Inocêncio III, a Inquisição executou sua obra mais fatal no sul da França, com o massacre dos albigenses, mas a ela coube a responsabilidade de vastas multidões de vítimas na Espanha, Itália, Alemanha e Países Baixos. Mais tarde, foi ela a principal agência do esforço papal por esmagar a Reforma. Afirma-se que nos 30 anos, entre 1540 e 1570, nada menos de 900.000 protestantes foram mortos, na guerra movida pelo papa com o fim de exterminar os valdenses. Imagine-se o que não era frades e padres, insensivelmente cruéis e desumanamente brutos, a dirigirem a obra de torturar e queimar vivos homens e mulheres inocentes; e faziam isto em nome de Cristo, por ordem do seu “vigário”. A inquisição foi um dos fatos mais infame da História. Foi inventada pelos papas e usada por eles, durante 500 anos, na mantença do seu poder.

O papado era o símbolo da besta e a inquisição era sua imagem, sua criação.Segundo a profecia de Apocalipse que estamos analisando, todos os que adoravam (serviam ou se submetiam) ao papado e à Inquisição, e permitiam que sua filosofia e ideais tomassem parte dos seus pensamentos (“sua marca na fronte”)e de suas ações e feitos (marcas sobre as mãos”), a estas pessoas será dado “beber do vinho da cólera de Deus”… o inferno.

Bem, você então pode se perguntar. Mas esta operação da Besta pode aparecer em outras gerações, inclusive em nossos dias? Creio que sim! Mas, biblicamente falando, o que representa o sinal da besta, na fronte e nas mãos?

Lembra-se do princípio de que Bíblia se explica com Bíblia? Então, vamos pesquisar outros textos que falam de um sinal na fronte para saber qual o significado bíblico desta expressão.

“… dizendo: Não danifiqueis nem a terra, nem o mar, nem as árvores, até selarmos na fronte os servos do nosso Deus” (Apocalipse 7:3). Certamente este “selo na fronte” dos servos de Deus não é nenhum chip, vacina ou coisa semelhante. “…e foi-lhes dito que não causassem dano à erva da terra, nem a qualquer coisa verde, nem a árvore alguma e tão-somente aos homens que não têm o selo de Deus sobre a fronte” (Apocalipse 9:4). “ Olhei, e eis o Cordeiro em pé sobre o monte Sião, e com ele cento e quarenta e quatro mil, tendo na fronte escrito o seu nome e o nome de seu Pai” (Apocalipse 14:1). O último texto que encontramos é: “…contemplarão a sua face, e na sua fronte está o nome dele” (Apocalipse 22:4).

Se afirmarmos que a marca da besta na fronte (testa ou cérebro) das pessoas é um chip implantado no cérebro ou mesmo lavagem cerebral, então precisamos admitir, segundo as passagens de Apocalipse acima, que Deus também implantará um outro chip no cérebro dos Seus filhos (um chip seria o selo de Deus).

E isto será como sinal na tua mão e por frontais entre os teus olhos; porque o SENHOR com mão forte nos tirou do Egito” (Êxodo 13:16).

Este texto de Êxodo o Senhor orienta que os ensinamentos da Páscoa devem ser guardados na mente dos filhos de Israel, como um memorial.

Estas palavras que, hoje, te ordeno, estarão no teu coração; tu as inculcarás a teus filhos… Também as atarás como sinal na tua mão, e te serão por frontal entre os olhos” (Deuteronômio 6:6a, 8).

Este texto deixa claro que a Palavra de Deus deve ser inculcada na mente dos filhos de Israel e ainda colocada como sinal na mão. Até hoje alguns judeus usam faixas na testa e na mão e, debaixo, pequenos textos das Escrituras. O que se entende é o desejo de Deus que Suas palavras moldem nossos pensamentos e comportamentos pois, assim como nós pensamos, nós agimos. Nossas ações são induzidas por nossos pensamentos.

Sendo assim, a marca da Besta na fronte (testa ou mente) e na mão significa o controle dos pensamentos e comportamentos das pessoas. Sim, Satanás, através de seus agentes, tem trabalhado para dominar a mente e o comportamento das pessoas e da sociedade. “Mas receio que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia, assim também seja corrompida a vossa mente e se aparte da simplicidade e pureza devidas a Cristo” (2 Coríntios 11:3).

Será que as populações do mundo continuam sendo controladas por ideologias e conceitos, que também refletem em seus comportamentos? Satanás é o príncipe da potestade do ar (Efésios 2:2, controla a atmosfera dos pensamentos) e usa canais nefilins em diversas área da sociedade (política, religião, mídia, artes, cultura, educação e economia) para moldar a mente das pessoas, levando-as contra Deus, a verdade. Precisamos buscar a mente de Cristo como um antídoto contra a marca da besta em nossas mentes e no controle de nossos comportamentos. Mas, se o nosso evangelho ainda está encoberto, é para os que se perdem que está encoberto, nos quais o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus” (2 Coríntios 4:3, 4).


Apêndice I
A Peste Negra originária da China

A peste negra é como ficou conhecida a peste bubônica, doença causada pela bactéria Yersinia pestis, que atingiu o continente europeu em meados do século XIV. Os historiadores acreditam que a doença surgiu em algum lugar da Ásia Central e foi levada por genoveses para o continente europeu.

O resultado foi catastrófico, pois a doença atingiu praticamente todo o continente e resultou na morte de milhões de pessoas. As estimativas mais tradicionais falam que cerca de 1/3 da população europeia morreu por causa da crise de peste negra, mas algumas estatísticas sugerem que a quantidade de mortos possa ter ultrapassado a metade da população europeia.

Onde surgiu a peste negra?

A peste bubônica é uma doença causada pelo Yersinia pestis, uma bactéria que é encontrada em pulgas que ficam em ratos contaminados. Quando as pulgas contaminadas têm contato com seres humanos, a transmissão da doença acontece. A partir daí, a peste pode ser transmitida de humano para humano pelas secreções do corpo ou pela via respiratória.

Os historiadores acreditam que a peste negra surgiu na Ásia Central. Existem inúmeras teorias sobre o lugar específico onde a doença surgiu, mas a mais aceita sugere que o lugar de origem é a China e que, durante muito tempo, a peste tenha atuado exclusivamente na Ásia Central. A partir do século XIV, ela se espalhou por terra e por mar pelo Oriente.

Regiões como a Mongólia, parte da China, Síria, Mesopotâmia e Egito teriam sido atingidas no começo do século XIV, causando a morte de cerca de 24 milhões de pessoas nesses locais. A doença teve contato com os europeus por meio de um conflito que aconteceu em Caffa, colônia genovesa localizada na Crimeia (região atualmente disputada por Ucrânia e Rússia).

Em 1343, Caffa foi sitiada por tropas tártaras do Canato da Horda Dourada. O conflito seguiu com interrupções até que, em 1346, as tropas tártaras foram dizimadas por um surto de peste negra. Os tártaros decidiram utilizar a doença como arma e lançaram cadáveres contaminados para dentro da cidade.

O resultado foi imediato e a cidade de Caffa também começou a sucumbir perante o surto de peste. Fugindo da doença, genovenses começaram a abandonar Caffa, retornando para a Península Itálica. Nesse retorno, os genoveses levaram a enfermidade para locais como Constantinopla, Gênova e Marselha, o que resultou na disseminação por todo o continente europeu.

Acesse também: Baixa Idade Média: conheça o período em que a peste negra se disseminou

Difusão da peste negra pela Europa

A partir dos portos no litoral mediterrâneo, a peste negra difundiu-se pela Europa. Em 1347, a doença chegou à Sicília, ilha ao sul da Península Itálica; em 1348, chegou a Marselha, sul da França; em 1349, alcançou Gênova e o norte da Itália e, partir daí, espalhou-se por toda a Europa.

A difusão dessa doença levou morte por toda o continente europeu, uma vez que ninguém sabia o que a causava. Isso naturalmente fez surgir todo tipo de especulação a respeito das causas da peste. Alguns falavam que era um castigo divino, por exemplo; outros acusavam os judeus de serem os responsáveis.

Logo os europeus identificaram que a doença era altamente contagiosa. Uma das formas de contágio é a respiratória, assim, uma pessoa infectada pode facilmente transmitir por via respiratória ou por suas roupas, por exemplo, a doença para outros. A peste negra atuava de maneira fulminante, e a pessoa que a contraía falecia em questão de dias.

A peste transmitida pela via respiratória é conhecida como peste pneumônica. Segundo o historiador Hilário Franco Júnior, a pessoa doente falecia em até três dias depois de contraí-la. Já o historiador Jacques Le Goff fala que muitas das pessoas que demonstravam os sintomas da peste faleciam dentro de 24 horas após manifestar os primeiros sinais.


[1] Cerinto (c. 100 d.C.), foi o fundador de uma escola herética com elementos gnósticos. Como gnóstico, Cerinto mostrou Cristo como um espírito celeste separado do homem. Porém, ao contrário dos gnósticos, Cerinto ensinava os cristãos a observar a lei judaica; seu demiurgo era sagrado e não inferior; e acreditava na segunda vinda de Cristo. Sua gnosis era um ensinamento secreto atribuído a um apóstolo. Alguns estudiosos acreditam que a Primeira Epístola de João foi escrita em resposta aos ensinamentos gnósticos e, mais especificamente, aos ensinamentos de Cerinto.

[2] Inocêncio III, 1198-1216, foi o papa mais poderoso da Idade Média. Declarou-se “vigário de Cristo”, “vigário de Deus”, “soberano supremo da Igreja e do mundo”, com o direito de depor reis e príncipes; que “todas as coisas da terra, no céu e no inferno estão sujeitas ao vigário de Cristo”. Levou a Igreja Romana a sobrepor-se ao Estado. Os reis e praticamente todos os monarcas da Europa se submetiam à sua vontade. Nunca, na História, um homem exerceu maior autoridade do que ele. Ordenou duas cruzadas. Decretou a transubstanciação. Declarou que o sucessor de Pedro “nunca e de modo algum podia apartar-se da fé católica” (infalibilidade papal). Proibiu a leitura da Bíblia em idioma próprio de um país. Ordenou o extermínio dos “hereges”. Mandou massacrar os albigenses. Mais sangue foi derramado durante seu pontificado e dos seus imediatos sucessores do que em outro qualquer período da História da Igreja, salvo no esforço papal por esmagar a Reforma, nos séculos 16 e 17. Dir-se-ia que Nero, a BESTA, tinha revivido, assumindo o nome de cordeiro.

Baixe o estudo completo em PDF no LINK abaixo.

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Rai Barreto
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