Por que Elias profetizou grande SECA?
Por que Elias começou seu ministério profético dizendo que não cairia chuva nem orvalho dos céus? Por que a chuva? Qual era o interesse de Deus de fazer parar de chover? Olha, este post vai te surpreender.
O profeta Elias é considerado o maior profeta da história de Israel. Ele nos inspira e alimenta a nossa fé para também sermos profetas em nossa geração.
Então, você já deve ter pensado que essa profecia de Elias não fazia muito sentido, não é verdade? Afinal, ele mesmo foi afetado por causa da sua profecia que provocou longo período de seca.
O contexto:
Agora, para nós entendermos o que está acontecendo aqui, precisamos nos situar e entender o contexto para perceber que Elias estava desafiando a idolatria do rei Acabe com a sua profecia.
Naquele período, o rei Acabe, rei de Israel, se desviou dos caminhos de Deus e passou a adorar um deus fenício e cananeu chamado Baal (1 Reis 16).
Conforme o relato bíblico referente a Acabe: “tomou por mulher a Jezabel, filha de Etbaal, rei dos sidônios; e foi, e serviu a Baal, e o adorou” (1 Reis 16:31). Para agradar a esposa, Acabe edificou um templo e um altar para Baal (16:32). E promoveu, assim, a idolatria, “até que quase todo Israel estava indo após Baal”.
O Baal mencionado aqui era considerado o deus que enviava chuva e fazia as colheitas crescerem. Os adoradores de Baal se envolviam em uma espécie de fornicação sagrada no templo para louvá-lo como a fonte da vida. Às vezes o povo até oferecia seus filhos a Baal como sacrifícios queimados (Jeremias 19:5).
O deus pagão Baal (Baal-Shamin), que estava sendo adorado em Israel naquela época, era chamado de o deus da tempestade. Este era um deus cananeu e fenício da fertilidade, da chuva, do sol e da tempestade. Quando os fenícios precisavam de chuva ou sol para as plantações, eles pediam ajuda a Baal-Shamin.
No período do rei Acabe, eles adoravam a Baal (Baal-Shamin) para que esse deus controlasse o clima da região. Baal-Shamin era invocado para controlar o clima, para que o mesmo ficasse propício para que o povo plantasse e viesse então à prosperidade.
A voz profética de Elias:
E é exatamente nesse contexto que o profeta Elias se levanta com a voz profética. O profeta Elias se revoltou contra a idolatria e disse:
“Tão certo como vive o Senhor, Deus de Israel, perante cuja face estou, nem orvalho nem chuva haverá nestes anos, segundo a minha Palavra” (1 Reis 17:2).
Quando Elias profetiza para trancar os céus e não cair chuva, ele estava confrontando e destronando o deus pagão Baal-Shamin. Então, com a seca em Israel, Elias estava mostrando para o povo que somente Deus manda no clima, e somente o Senhor tem o controle da prosperidade e fartura em Israel.
A história de Baal-Shamin:
A história deste deus pagão começa na antiga cidade de Tiro, na Fenícia. Nessa época, a região era dominada por diversas tribos que adoravam diferentes deuses. Porém, Baal-Shamin logo se destacou entre eles por seu poder e sua habilidade em controlar as tempestades e o sol.
Segundo as tradições pagãs, Baal-Shamin foi criado pelo próprio deus El, o senhor dos céus e da terra. Baal foi escolhido para governar o mundo dos mortais e garantir a prosperidade e a fartura para todos. Com o tempo, Baal-Shamin se tornou um dos deuses mais importantes da mitologia fenícia, sendo adorado em toda a região.
A influência do pai de Jezabel :
1 Reis capítulo 16 narra a história do reinado de Acabe sobre o reino do norte (Israel) e do seu casamento com Jezabel. Acabe casou-se com Jezabel, filha de Etball (16:31). Etbaal I foi um rei, filho de Airã, rei de Biblos (região da Fenícia). Seu nome, assim como o nome de vários fenícios e cartagineses, continha o nome do deus Baal.
A palavra “Etbaal” significa “com Baal“. Na Bíblia, ele é rei de Sidom, mas outros registros históricos o mencionam também como rei de Tiro – em sua época, os dois reinos estavam unificados. Segundo Menandro de Éfeso, citado por Flávio Josefo, Etbaal (Itobalus) era um sacerdote de Astarte (1 Reis 11:5 – Astarote, filha de Baal, irmã de Camos, deusa da lua, da fertilidade, da sexualidade e da guerra, adorada principalmente em Sidom, Tiro e Biblos).
Etbaal tomou o trono de Tiro ao matar o rei anterior, Feles. O pai de Jezabel viveu 68 anos e reinou por 32, sendo sucedido por seu filho Baal-Eser II (Badezorus). Ele foi o bisavô de Dido, que fundou Cartago.
Quem foi Jezabel e qual foi a oposição dela e de seu marido a Deus?
Jezabel foi esposa de Acabe, que reinou sobre as dez tribos do norte de Israel de 874 a 853 a.C. Acabe destacou-se pelo sucesso militar e político, mas era “fraco em questões religiosas”, pois: “fez Acabe, filho de Onri, o que era mau perante o Senhor, mais do que todos os que foram antes dele” (1 Reis 16:30). Ele escolheu casar-se com Jezabel, filha de Etbaal, um sumo sacerdote e rei pagão.
O casamento de Acabe com Jezabel cumpriu uma agenda política e interesseira, mas não a vontade de Deus. Biblicamente, aquela união foi um adultério espiritual e uma traição a Deus. A influência deles, como lepra, aprofundou o sincretismo religioso e a apostasia da nação. Ao mesmo tempo que o povo professava servir a Jeová, também servia a Baal. Eles “coxeavam entre dois pensamentos… Se o Senhor é Deus, segui-o, se é Baal, segui-o. Porém o povo nada lhe respondeu” (1 Reis 18:21).
O espírito de Jezabel:
Sabemos que o Apocalipse também menciona Jezabel e faz uma conexão dela à apostasia. O que significa isso?
Na mensagem de Cristo à Igreja de Tiatira, Jezabel é citada: “Tenho, porém, contra ti o tolerares essa mulher, Jezabel, que a si mesma se declara profetisa, não somente ensine, mas ainda seduza os meus servos a praticarem a prostituição e a comerem das coisas sacrificadas aos ídolos. Dei-lhe tempo para que se arrependesse; ela, todavia, não quer arrepender-se da sua prostituição. Eis que a prostro de cama, bem como em grande tribulação os que com ela adulteram, caso não se arrependam das obras que ela incita” (Apocalipse 2:20-22).
Portanto, a interpretação desta passagem de Apocalipse é: Assim como Jezabel propagou a adoração a Baal em Israel (1 Reis 21:25), alguma falsa profetisa da época de João estaria desencaminhando a igreja de Tiatira. Só que deve se considerar que as cartas às sete igrejas do Apocalipse também tem aplicação profética a sete fases definidas da história do cristianismo. Quando aplicada ao período de Tiatira na história cristã, a figura de Jezabel representa o poder que causou a grande apostasia medieval (conforme explico no meu livro sobre o Apocalipse).
Este “espírito de Jezabel” se manifestou no Novo Testamento quando Herodias, mulher de Filipe – irmão de Herodes – pediu para Herodes entregar a cabeça do profeta João Batista num prato (Mateus 14:1-12). Pedido este que foi concedido.
Este mesmo espírito demoníaco de Jezabel, que persegue e mata os profetas, atua ainda hoje em nossos dias, desviando a confiança dos crentes de que somente o Senhor nosso Deus tem o controle da prosperidade e fartura sobre as suas vidas. Não devemos buscar nenhuma aliança fora Dele, ou confiar em mais ninguém como nossa absoluta fonte provedora:
“Porque os gentios é que procuram todas estas coisas; pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas; buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados; basta ao dia o seu próprio mal” (Mateus 6:32-34)
Que três lições a vida de Acabe, Jezabel e Elias nos deixam?
Sobre Acabe:
Acabe era fraco em capacidade moral. Sua união por casamento com uma mulher idólatra de caráter decidido e temperamento definido resultou em desastre tanto para ele como para a nação. A utilidade de um homem para servir a Deus e seu povo está intimamente relacionada com o caráter da pessoa que ele escolheu para ser sua esposa e companheira, ou mesmo de alianças comerciais ou políticas.
Sobre Jezabel:
A respeito de Jezabel, podemos perceber o mal que esta mulher causou à vida de Acabe e ao povo de Israel. Tomando em conta que Jezabel é usada biblicamente como um tipo do “poder que causou a grande apostasia medieval”, os cristãos precisam evitar uma religião sincrética que faz casamento entre cristianismo e paganismo, entre a verdade e a mentira, e promove o adultério espiritual. “Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos; porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a iniquidade? Ou que comunhão, da luz com as trevas?” (2 Coríntios 6:14, 15).
Sobre o profeta Elias:
“Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo. 17 Elias era homem semelhante a nós, sujeito aos mesmos sentimentos, e orou, com instância, para que não chovesse sobre a terra, e, por três anos e seis meses, não choveu” (Thiago 5:16b-18).
Sobre o profeta Elias, devemos lembrar que nos dias de Jezabel havia em Israel centenas de falsos profetas e apenas um profeta verdadeiro. “Então, disse Elias ao povo: Só eu fiquei dos profetas do Senhor, e os profetas de Baal são quatrocentos e cinquenta homens” (1 Reis 18:22). Foi a presença e atuação desse verdadeiro profeta de Deus que conteve a maré da apostasia em Israel.
Portanto, deveríamos dar mais valor aos profetas verdadeiros e seus ensinos. Para isto, temos de recorrer à Escritura para aprender a discernir entre o profeta verdadeiro e o falso, ainda mais nesta época degenerada em que os de natureza fake se multiplicam. “Temos, assim, tanto mais confirmada a palavra profética, e fazeis bem em atendê-la, como a uma candeia que brilha em lugar tenebroso, até que o dia clareie e a estrela da alva nasça em vosso coração” (2 Pedro 1:19).
Por causa deste espírito de Jezabel, é que Jesus Cristo advertiu: “Vede que ninguém vos engane” (Mateus 24:5). “Levantar-se-ão muito falsos profetas e enganarão a muitos” (verso 11). Outra preciosa lição é que o plano de Deus não é enviar mensageiros que lisonjeiem e adulem os pecadores. Devemos ser humildes para nos submeter a Deus e seus mensageiros.
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