2. EVANGELHO DA GRAÇA,  Transformação e Santificação

A Graça Manifesta – Que nos Educa a Renegar o Pecado

Mensagem ministrada por:
Raimundo Barreto
Acampamento Plenitude
Salvador – BA
Páscoa – Março de 2018

A Graça nos educa a renegar o pecado

Nos capítulos 1 e 2 de sua carta a Tito, verdadeiro filho na fé, Paulo traz orientações e instruções de como ele deveria ordenar a igreja de Creta. As orientações são dirigidas aos presbíteros (supervisores ou bispos), aos homens e mulheres idosos, aos moços e aos servos. Ou seja, todos são orientados a viverem de modo temperante, procederem piedosamente e mantendo o “padrão de boas obras”.

No final do capítulo dois Paulo conclui com as seguintes palavras: “Porquanto a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens, educando-nos para que, renegadas a impiedade e as paixões mundanas, vivamos, no presente século, sensata, justa e piedosamente, aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus, o qual a si mesmo se deu por nós, a fim de remir-nos de toda iniquidade e purificar, para si mesmo, um povo exclusivamente seu, zeloso de boas obras. Dize estas coisas; exorta e repreende também com toda a autoridade. Ninguém te despreze” (Tito 2:11-15). Paulo explica que a graça de Deus se manifestou na PESSOA DE JESUS CRISTO para salvar todos os homens. E Jesus, a graça manifesta de Deus, nos EDUCA a vivermos, no presente século, sensata, justa e piedosamente, aguardando a segunda manifestação da graça que virá em glória (1 Pedro 1:13).

Pensar que a graça é autorização para viver uma vida de pecado ou libertinagem é uma maneira muito distorcida de entender a graça de Deus. Este tipo de pensamento era introduzido nas igrejas por pessoas que queriam atacar ou diminuir o Evangelho da Graça ministrado por Paulo. Esta série de mensagens da graça não visa nos determos nesta questão do faça ou não faça, no que pode ou não ser feito com a graça, mas algo mais profundo e verdadeiro: Estamos buscando a graça para nos tornar e ser o Cristo de Deus na terra. Não diminua o Evangelho da Graça a questões legalistas e religiosas. A Graça (agora com letra maiúscula) é uma pessoa: Jesus Cristo, que tabernaculou entre nós cheio de graça e verdade (João 1:14, 16, 17). A verdade está do lado da graça; não há mentira nem pecado na graça. E, segundo Paulo, a Graça nos EDUCA a vivermos sensata, justa e piedosamente neste mundo.

Aprendemos com Jesus, a Graça manifesta do Pai, a como nos comportar neste mundo, manifestando o amor de Deus. A Graça nos educa, forma o nosso caráter. Aprendemos com Jesus a como amarmos os pecadores, a sermos misericordiosos, e como nos movermos na Sua autoridade para perdoar e capacitar. Portanto, a graça é a capacitação de Deus para vivermos piedosamente no presente século.

O Senhor quer fazer-nos seus canais de graça e poder

Recordemos as instruções que o Senhor deu aos Seus discípulos quando do comissionamento deles: “Curai enfermos, ressuscitai mortos, purificai leprosos, expeli demônios; de graça recebestes, de graça dai” (Mateus 10:8). Toda vez que somos objetos da graça do Senhor, nos tornamos canais desta mesma graça. Quando recebemos do Seu amor, derramado gratuitamente em nossos corações, também nos tornamos canais deste mesmo amor. Portanto, se recebemos do Senhor gratuitamente, devemos ser seus canais graciosos.

Veja como se moviam os discípulos no livro de Atos: “Estêvão, cheio de graça e poder, fazia prodígios e grandes sinais entre o povo”. (Atos 6:8). Quando somos cheios de graça, o poder de Deus é canalizado para transformar as pessoas pela operação dos prodígios, grandes sinais e milagres. É nesta graça manifesta que estamos buscando nos mover. O Senhor quer fazer-nos Seus canais de misericórdia, graça e amor. Ele nos promete o dom de misericórdia: “…quem exerce misericórdia, com alegria” (Romanos 12:8c). Ele deseja fazer-nos misericordiosos: “Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia” (Mateus 5:7). Aqui nestes ensinamentos aprenderemos os atributos divinos que precisamos nos apropriar para sermos estes canais de misericórdia, da graça e do poder do Senhor.

Há três atributos da natureza divina que também devemos nos apropriar e que devem operar conjuntamente: a misericórdia, a graça e o amor. Resumidamente, a misericórdia é a capacidade ou percepção para detectarmos a necessidade de uma pessoa. É um atributo divino que cria uma empatia pela necessidade do nosso próximo. Mas, misericórdia, em si mesma, não supre a necessidade do próximo.

Já o amor é um sentimento de bondade para com o próximo, uma vontade de querer o bem do próximo. O amor, também, não tem em si a capacidade de transformar ou mudar a realidade do próximo.

Concluímos, portanto, que a misericórdia percebe a necessidade, o amor deseja suprir, mas não suprem ou criam. Daí que surge a graça como a resposta à misericórdia e ao amor. A graça é a manifestação do amor e o suprimento imerecido da necessidade do nosso próximo necessitado. Peçamos a Deus para multiplicar em nós o Seu amor, misericórdia e graça. Vamos nos aprofundar no entendimento destes atributos divino.

O Amor, a Graça e a Misericórdia de Deus

A natureza de Deus é amor. Isso está registrado em 1 João 4:16 – “E nós conhecemos e cremos no amor que Deus tem por nós. Deus é amor, e aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus, nele”. Aqui não diz, apenas, que Deus ama. Tampouco diz que Deus poderia amar, ou que Deus pode amar, ou que Deus amou ou amará. Pelo contrário, diz que DEUS É AMOR. O que significa dizer que Deus é amor? Significa que o próprio Deus, Sua natureza e Seu ser, é amor. Se pudéssemos dizer que Deus tem uma substância, então a substância de Deus é o amor.

O assunto todo termina com Deus amando ao mundo? “Deus é amor” fala da natureza de Deus; fala do próprio Deus. “Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito” fala da ação de Deus (Jo 3:16). Mas o amor de Deus para conosco tem uma expressão. Que é essa expressão do Seu amor? Romanos 5:8 diz: “Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco, pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores”. O amor de Deus tem uma expressão. Se eu amo uma pessoa e simplesmente lhe digo que a amo, esse amor ainda não está completo.

Já que Deus nos ama, Ele deve prover uma solução ao problema do pecado e suas consequências; Ele deve prover a salvação que os pecadores precisam. Por essa razão, a Bíblia mostrou-nos este grandioso fato: O amor de Deus é manifestado na morte de Cristo. Uma vez que somos pecadores e incapazes de salvar a nós mesmos, Cristo veio morrer de modo a solucionar o problema do pecado por nós. Seu amor cumpriu algo substancial, e isso é posto diante de nós. Agora podemos ver Seu amor de uma forma substancial. Seu amor já não é meramente um sentimento. Ele tornou-se um ato totalmente manifestado.

Nessa grande questão do amor de Deus, devemos atentar para três coisas: a natureza do amor de Deus, a ação do amor de Deus e a expressão do amor de Deus. Agradecemos e louvamos a Deus! Seu amor não é somente um sentimento em Seu interior; é também uma ação e até mesmo uma expressão e manifestação. Seu amor fê-Lo realizar o que não podemos por nós mesmos. Uma vez que Ele é amor e amou ao mundo, a salvação foi produzida.

A graça é o amor manifesto de Deus

“Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores”. (Romanos 5:8).

Contudo o amor de Deus não para aqui. Uma vez que Deus é amor, a questão da graça surge. A graça é uma expressão do amor de Deus para conosco. É verdade que o amor é precioso, mas o amor deve ter sua expressão. Quando o amor é expresso, torna-se graça. Graça é amor expresso. O amor é algo em Deus. Mas quando esse amor vem até você, torna-se graça. Se Deus for somente amor, Ele é muito abstrato. Mas agradecemos ao Senhor porque embora o amor seja algo abstrato, com Deus ele é imediatamente transformado em algo concreto. O amor interior é abstrato, mas a graça exterior deu-lhe substância. Quando o amor é transformado em ação, torna-se graça.

Embora a Bíblia mencione o amor do Senhor Jesus, ela dá maior atenção à graça do Senhor Jesus. A Bíblia também fala da graça de Deus, mas Ela dá maior atenção ao amor de Deus. Não estou dizendo que não existe o amor do Senhor Jesus e a graça de Deus na Bíblia. Mas a ênfase na Bíblia está no amor de Deus, o Pai, e na graça do Senhor Jesus. Como foi que Paulo saudou a igreja em Corinto? “A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós” (2 Coríntios 13:13). Você não pode mudar a sentença para ler: “A graça de Deus, e o amor do Senhor Jesus Cristo, e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós”. Você não pode fazer isso, porque a ênfase da Bíblia está no amor de Deus e na graça do Senhor Jesus Cristo. Por que é assim? Porque foi o Senhor Jesus quem Se manifestou e trouxe a salvação. Foi Cristo Jesus quem concretizou o amor e efetuou a graça. O amor de Deus tornou-se graça por meio da obra do Senhor Jesus. A Bíblia diz-nos que a lei foi dada por intermédio de Moisés, mas a graça/verdade vieram por meio de Jesus Cristo (João 1:17).

Porque Deus amou o mundo de tal maneira que DEU o seu Filho unigênito…” (João 3:16). Portanto, Cristo, a graça/verdade, é a expressão do amor de Deus pelo mundo, pelos pecadores necessitados.

A misericórdia de Deus

“Rendei graças ao SENHOR, porque ele é bom, e a sua misericórdia dura para sempre” (Salmos 107:1).

Agradecemos ao Senhor porque no amor de Deus não há apenas a graça, há também outro grande atributo: a misericórdia. O canal para o amor fluir é ou a graça ou a misericórdia. Misericórdia é para questões negativas, enquanto graça é para questões positivas. A misericórdia está relacionada à percepção da necessidade ou aflição do outro, a graça lida com o suprimento desta necessidade. Não sei se você tem clareza disso. Suponha que haja uma pessoa necessitada aqui conosco. Você a ama e quer ajuda-la. Você se sente triste pela sua situação difícil. Se não a amasse, não sofreria nem se preocuparia com ela. Mas fazendo assim você está tendo misericórdia dela. Contudo, essa misericórdia é “negativa”. Sua misericórdia está na condolência, ou compaixão, pela condição atual dessa pessoa. Mas quando a graça é efetivada? Ela é efetivada na hora em que essa pessoa é resgatada da sua condição pobre para uma posição nova, para uma esfera nova e para um ambiente novo. Somente então seu amor por ela torna-se graça. É por isso que misericórdia tem sentido de perceber a necessidade e é para hoje, enquanto graça tem sentido positivo e trata do suprimento da necessidade e do que a pessoa se tornará.

Se houvesse apenas misericórdia, poderíamos ter somente esperança. A misericórdia vem do amor e resulta em graça. Se a misericórdia não viesse do amor, ela não produziria graça. Uma vez que ela se origina no amor, ela chega à graça. Nos Evangelhos há o relato de um cego recebendo visão (Marcos 10:46-52). Ao encontrar o Senhor, ele não disse: “Senhor, ama-me!” ou “Senhor, sê benévolo para comigo!” Pelo contrário, ele disse: “…e, ouvindo que era Jesus, o Nazareno, pôs-se a clamar: Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim! Filho de Davi, tem misericórdia de mim!” (vs. 47, 48). Ele pediu misericórdia por causa da sua situação presente, da sua dificuldade presente e da sua dor presente. Ele sabia que se o Senhor Jesus se compadecesse dele, Ele não se limitaria a mostrar-lhe misericórdia; Ele certamente faria algo. Jesus, a encarnação da Graça do Pai, sempre atende ao grito de socorro: “Tem misericórdia de mim” (Mateus 9:27; 15:22; 17:15 e Lucas 17:13).

Agora vejamos alguns versículos reveladores destas verdades. Efésios 2:4, 5 diz: “Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, – pela graça sois salvos…”. Paulo disse que Deus era rico em misericórdia por causa de algo. Esse algo é Seu grande amor com que nos amou. Sem amor não haveria misericórdia. Em que situação foi Ele misericordioso para conosco? Ele foi misericordioso para conosco quando estávamos mortos em nossos delitos. Aquilo teve a ver com nossa infeliz situação presente e necessidade. Por estarmos mortos em pecados, Ele teve misericórdia de nós. Ele teve misericórdia de nós baseado em Seu amor por nós. Que acontece após a misericórdia? Os versículos 7 e 8 prosseguem dizendo-nos: “… para mostrar, nos séculos vindouros, a suprema riqueza da sua graça, em bondade para conosco, em Cristo Jesus. Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus;…” Ele nos salvou pela Sua graça e bondade. Concluímos que a misericórdia surgiu porque estávamos em uma situação de mortos em nossos delitos; então, a graça foi manifesta para nossa salvação, indicando que recebemos uma nova posição e entramos numa nova esfera. Agradecemos a Deus porque não há somente amor e graça, mas também grandiosa misericórdia.

Também em Tito 3:3 a 7 Paulo emprega magnificamente como o amor, a graça e a misericórdia de Deus operam, por meio de Jesus Cristo, para nossa salvação e justificação: “Pois nós também, outrora, éramos néscios, desobedientes, desgarrados, escravos de toda sorte de paixões e prazeres, vivendo em malícia e inveja, odiosos e odiando-nos uns aos outros. Quando, porém, se manifestou a benignidade(graça) “de Deus, nosso Salvador, e o seu amor para com todos, não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia, ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo, que ele derramou sobre nós ricamente, por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador, a fim de que, justificados por graça, nos tornemos seus herdeiros, segundo a esperança da vida eterna. Não há justiça em nós. Enquanto estávamos sem justiça e numa situação de sofrimento e sem esperança, Deus teve misericórdia de nós. Graças ao Senhor que existe a misericórdia! Vimos anteriormente que a misericórdia se origina no amor e materializa na graça. Quando a misericórdia se estende, somos salvos. Ele teve misericórdia de nós na condição em que estávamos, e como resultado fomos salvos pela graça.

Em 1 Timóteo 1:13 e 16 Paulo diz: “A mim que noutro tempo era blasfemo e perseguidor e insolente. Mas obtive misericórdia, pois o fiz na ignorância, na incredulidade… Mas, por esta mesma razão, me foi concedida misericórdia, para que, em mim, o principal, evidenciasse Jesus Cristo a sua completa longanimidade, e servisse eu de modelo a quantos hão de crer nele para a vida eterna”. Paulo explica aqui como obteve misericórdia. O fato de obter misericórdia tinha relação com a história de sua vida, com o fato de ser ele um blasfemo, um perseguidor e uma pessoa insolente. Antes de ser salvo, ele estava na condição de blasfemo, perseguidor, insolente, ignorante e incrédulo. Enquanto estava em tal condição, Deus teve misericórdia dele. Assim, você pode ver que misericórdia está relacionada com as situações duras e difíceis do nosso passado. Graça, por outro lado, está associada com os aspectos positivos relacionados conosco. Os dois devem ser distintos e não devem ser considerados iguais.

Tito 3:5 diz: “…não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia, ele nos salvou”. Não há justiça em nós. Enquanto estávamos sem justiça e numa situação de sofrimento e sem esperança, Deus teve misericórdia de nós. Graças ao Senhor que existe a misericórdia! Vimos anteriormente que a misericórdia se origina no amor e se manifesta na graça. Quando a misericórdia se estende, somos salvos. Ele teve misericórdia de nós na condição em que estávamos, e como resultado fomos salvos pela manifestação da graça.

Cristo, nosso Sumo Sacerdote, é misericordioso e solidário para conosco, porque Se identificou com as nossas fraquezas, tentações e problemas. E, por isso, pode nos socorrer em todas as situações: “Por isso mesmo, convinha que, em todas as coisas, se tornasse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote nas coisas referentes a Deus e para fazer propiciação pelos pecados do povo. Pois, naquilo que ele mesmo sofreu, tendo sido tentado, é poderoso para socorrer os que são tentados” (Hebreus 2:17, 18).

O texto de Hebreus 4:14-16 também é muito esclarecedor: “Tendo, pois, a Jesus, o Filho de Deus, como grande sumo sacerdote que penetrou os céus, conservemos firmes a nossa confissão. Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado. Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna”. O coração de Sumo Sacerdote de Cristo faz com que Ele se compadeça de nossas fraquezas, isto é misericórdia. E a misericórdia do Senhor sempre estará atenta para nossos momentos de fraqueza, quando a oportunidade surgirá para que a Sua graça seja a nós manifestada. Ao nos achegarmos ao Senhor, pela oração, recebemos misericórdia e achamos graça para socorro em ocasião oportuna.

A Natureza da Graça

Primeiramente temos de ver qual é a natureza da graça. Que características a graça possui? Valorizamos o amor de Deus, pois sem o amor de Deus como fonte não haveria o fluir da salvação. O fluir da salvação nasce do amor de Deus. Ao mesmo tempo, sem a misericórdia de Deus não haveria a possibilidade de salvação. Por ter Deus mostrado misericórdia para conosco, Ele nos deu a Sua salvação. A salvação de Deus é a expressão concreta do Seu amor para conosco. Por isso valorizamos o amor e também valorizamos a misericórdia. Contudo, o que de mais precioso nos alcança para nos salvar é a graça. O amor sem dúvida é importante, mas ele não nos traz nenhum benefício concreto. A misericórdia é também muito boa, mas ela não nos traz qualquer benefício direto; no entanto, com a graça há um benefício direto, pois, por ela o poder de Deus flui para nossas vidas. Assim sendo, a graça é mais preciosa para nos salvar e capacitar. O Novo Testamento está repleto, não com o amor de Deus nem com a Sua misericórdia, mas com a graça de Deus. Graça é o amor de Deus vindo para suprir algo que necessitamos. Agora não temos somente um amor abstrato e uma misericórdia sentimental, mas temos a graça que vem ao encontro das nossas necessidades de maneira concreta. Cristo Jesus é a manifestação da graça de Deus: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai” (João 1:14).

Deus não somente tem de sentir misericórdia de nós, como também tem de nos conceder graça. O que procede do amor de Deus é a graça. Deus não está satisfeito somente com a misericórdia. Pensamos que se houvesse a misericórdia e que se Deus nos deixasse ir e não ajustasse contas conosco, tudo estaria bem. Mas Deus não disse que desde que tenha “pena” de nós Ele nos deixaria ir. Essa não é a maneira de Deus trabalhar. Quando age, Ele faz em harmonia Consigo mesmo. Portanto, o amor de Deus não pode parar na misericórdia. Seu amor deve estender-se e operar em nós por meio da Sua graça, a fim de suprir nossas necessidades e carências, e capacitando-nos para a abundância. Ele deve lidar completamente com o problema do pecado e das necessidades da humanidade, do mundo. Se o problema do pecado fosse algo que pudesse ser desconsiderado, a misericórdia de Deus seria suficiente. Mas deixar-nos ir e desconsiderar nossas necessidades não é suficiente para Ele. Assim, ter só a misericórdia não é suficiente. Ele deve pôr a questão do pecado completamente em ordem. Aqui vemos a graça de Deus. É por isso que o Novo Testamento, embora não isento de misericórdia, está cheio de graça. Ali vemos como o Filho de Deus, Cristo Jesus, veio ao mundo para manifestar a graça e tornar-se graça, a fim de que pudéssemos receber graça.

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Rai Barreto
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