Contraste entre Babel e Abrão: Na bíblica, o PRINCÍPIO DO CONTRASTE é central da escrita hebraica, é o que vemos em Gênesis 11 e 12.
1. REINO DE DEUS

Contraste entre Babel e Abraão: do “façamos” ao “Eu farei”

Contraste entre Babel e Abrão:
do “façamos” ao “Eu farei”
(Gênesis 11 e 12)

Raimundo Barreto
Garanhuns, PE, janeiro de 2026

Baixe o ensinamento bíblico em PDF, completo, no final do post.

Na literatura bíblica, o PRINCÍPIO DO CONTRASTE é central da escrita hebraica: verdades são reveladas colocando lado a lado caminhos opostos, pessoas opostas e resultados opostos. Em vez de explicar conceitos de forma abstrata, o texto hebraico mostra na prática a diferença entre orgulho e fé, rebelião e obediência, maldição e bênção, como se vê no contraste entre a união arrogante de Babel em Gênesis 11 (“façamos nome para nós”) e a resposta graciosa de Deus a Abraão em Gênesis 12 (“Eu farei de ti uma grande nação”). Esse método não apenas comunica informação; ele provoca o leitor a comparar, discernir e escolher, fazendo da própria estrutura narrativa um convite à conversão de cosmovisão.

Pesquisas em ciência cognitiva mostram que o raciocínio analógico e comparativo é central para como o ser humano aprende conceitos e resolve problemas.​ Estudos indicam que comparar situações semelhantes ou opostas ajuda o cérebro a abstrair padrões e princípios gerais, o que torna o contraste uma ferramenta cognitiva poderosa.​

Na poesia hebraica, o recurso básico não é rima, mas PARALELISMO, isto é, colocar duas ou mais linhas lado a lado, em relação de repetição, desenvolvimento ou contraste.​
Um tipo específico é o “PARALELISMO ANTITÉTICO”, quando a segunda linha contrasta com a primeira (justo x ímpio, sábio x tolo, obediente x rebelde), muito comum em Provérbios e Salmos.​

O contraste não é só um enfeite de texto; é um jeito de falar que ajuda a destacar, gravar na memória e deixar bem claras as escolhas morais e doutrinárias em jogo. Ao colocar lado a lado caminhos opostos (por exemplo, “o caminho do justo” versus “o caminho do ímpio”, conforme vemos no Salmos 1), o texto força o leitor a comparar e escolher, explorando a tendência humana de entender pela oposição.​

Não se pode dizer historicamente que os autores hebreus usaram contraste porque conheciam teorias de neurociência, mas o estilo hebraico se ajusta muito bem ao modo como a mente humana opera por comparação.​ Em outras palavras, o método do contraste e do paralelismo em hebraico bíblico é um uso literário intencional de algo que, hoje, a ciência reconhece como uma forma fundamental de processamento cognitivo: pensar por analogia e contraste.​

Essas narrativas paralelas não são redundâncias, mas ferramentas retóricas hebraicas para ensinar doutrina, enfatizar escolhas morais e criar imersão, como no paralelismo poético. Elas ativam o processamento cognitivo por comparação, ajudando a fixar verdades eternas e tipologias (ex.: José prefigurando Jesus Cristo).

Gênesis 11 (a narrativa sobre o reino de Babel, com a Torre de Babel, ligada aos descendentes de Cão via Nimrode, neto de Cam) e Gênesis 12 (chamado de Abraão, da linhagem de Sem) formam um contraste intencional e poderoso, típico da retórica hebraica, para opor rebelião humana à obediência e promessa divina. Essa justaposição destaca o fracasso coletivo da humanidade dispersa versus a eleição singular de Abraão como solução de Deus.​

Clique abaixo e baixe a mensagem completa em arquivo PDF…