cantares de salomão
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Cântico dos Cânticos de Salomão – A Mais Bela História de Amor

Despertando o amor na hora certa

Edição: Novembro de 1998 (JJ Ano VII – Nº 32)
por: Raimundo Barreto

O Cântico dos Cânticos de Salomão narra a mais bela história de amor entre um homem, o rei Salomão (3:7, 9 e 8:11), e uma mulher, chamada Abisague, sunamita (1 Rs 1:1-4). Salomão os escreveu para registrar, às gerações futuras, seu grande amor com a esposa favorita. Este amor é uma sombra de realidades espirituais, mas, também, serve de modelo para os casais de todas as gerações.

Em 1:1 é chamado de “Cântico dos cânticos” porque Salomão o considerava o principal de suas composições. A razão é óbvia: estes são cânticos que glorificam o amor entre um homem e uma mulher e, sobretudo, é símbolo do Amor de Deus para com Israel e do Amor de Cristo para com Sua Noiva (a Igreja).

O cenário da narrativa é a estação florida da primavera, cheia de inspiração, com fartura de metáforas que Salomão utilizou para descrever sua história de amor com a sunamita.

O verso: “Conjuro-te, ó filhas de Jerusalém, pelas gazelas e cervas do campo, que não acordeis nem desperteis o amor, até que este o queira”, ocorre três vezes (2:7; 3:5 e 8:4) e demarcam quatro fases do relacionamento entre um homem e uma mulher: o início do relacionamento com o despertar do amor, noivado, casamento e núpcias, e vida conjugal. Como este ensinamento está sendo dirigido aos jovens, enfocaremos aqui as duas primeiras fases: início do relacionamento (1:1 a 2:7) e o noivado (2:8 a 3:5).

Os ensinamentos contidos em Cantares devem ser apropriados pelos jovens que desejam um relacionamento objetivando o casamento. Eles gerarão equilíbrio, sensatez e segurança no desenvolvimento do relacionamento.

Início do relacionamento
– Despertar do Amor –

a) São dois amigos

“Às éguas dos carros de Faraó te comparo, ó amiga minha… Como és Formosa, ó amiga minha! Como és formosa! Os teus olhos são como os das pombas.” (Ct 1:9, 15 – Edição Contemporânea, Editora Vida, Bíblia Thompson).

O texto original utiliza a palavra Ra`yah, que significa amiga, e não “querida”, como aparece em outras versões.

A Equipe Apostólica tem aconselhado a todos os jovens, que desejam começar um relacionamento com vista ao casamento, para lançarem uma boa base de amizade com a pessoa com quem está se relacionando. Caso o relacionamento não se desenvolva até o noivado e casamento, o saldo do mesmo será uma boa amizade. O compromisso acaba, a amizade continua e os dois só tiveram a ganhar com o mesmo. Não há mágoas, nem ressentimentos.

Caso o relacionamento evolua e os dois venham a se casar, a base lançada da amizade, nesta fase, irá ajudá-los bastante na vida conjugal. Mesmo casados, os cônjuges devem preservar a amizade mantendo o diálogo, sinceridade, cuidado um do outro, interesse pelo progresso do(a) companheiro(a) etc.

Como um jovem pode ter a certeza de que o amor está brotando em seu coração? É simples: veja o próximo tópico.

b) O destaque da pessoa amada

“Qual o lírio entre os espinhos, tal é a minha querida entre as donzelas. Qual a macieira entre as árvores do bosque, tal é o meu amado entre os jovens; desejo muito a sua sombra, e debaixo dele me assento; e o seu fruto é doce no meu paladar.” (Ct 2:2, 3)

Quando uma pessoa começa a receber um destaque especial, dentre outras, por seus olhos, pensamentos e sentimentos, é sinal que o amor está brotando em seu coração. O desejo de querer sempre estar perto, de receber proteção e de compartilhar, são sinais fortes de que o amor está surgindo na vida de um homem ou mulher.

O amor de Salomão para com a sunamita foi correspondido. A resposta foi imediata de ambas as partes. Uma coisa deve ser checada no casal, nesta fase: a reciprocidade do amor e dedicação de um para com o outro.

c) Despertar o amor na hora certa

“Sustentai-me com passas, confortai-me com maçãs, pois desfaleço de amor… Conjuro-te, ó filhas de Jerusalém, pelas gazelas e cervas do campo, que não acordeis nem desperteis o amor, até que este o queira” (Ct 2:5-7).

É natural que as mulheres se entreguem mais rapidamente ao amor que o homem, pois elas são mais afetivas – “… desfalecem de amor…”. As expectativas delas, quanto a este assunto, é sempre maior que a dos homens.

Aqui está uma coisa que todos os jovens devem aprender: despertar o amor na hora certa. Seus sentimentos devem ser despertados na proporção em que vá achando correspondência da pessoa que você está se relacionando (“até que ele(a) o(a) queira”). Todo jovem deve ser alertado sobre este ensinamento.

O domínio próprio sobre os sentimentos é sinal de maturidade, e possibilitará certeza dos sentimentos e segurança no início de qualquer relacionamento. Com o passar do tempo o casal de jovens, que estão se relacionando, terá sinais e receberão confirmação da aprovação de Deus para o relacionamento. A convicção deste amor deve ser, antes de tudo, pessoal. A convicção surge no próximo ponto.

“E aos solteiros e viúvos digo que lhes seria bom se permanecessem no estado em que também eu vivo. Caso, porém, não se dominem, que se casem; porque é melhor casar do que viver abrasado… Os espíritos dos profetas estão sujeitos aos próprios profetas.”  (1 Co 7:8, 9 e 14:32).

O domínio próprio é um dos frutos da atuação do Espírito Santo na vida de um cristão, Gl 5:22a, 23a. Isso significa que você não deve ser vítima dos sentimentos que brotam no seu coração. Desenvolva a comunhão com o Espírito Santo, mantendo domínio sobre o seu espírito; seus sentimentos devem ser controlados por sua consciência e vontade.

A sunamita exerceu tranquilidade e controle de seus sentimentos. Ao perceber que desfalecia de amor, ela se determinou a não despertá-lo até que houvesse a correspondência do amado, até que este a chamasse para si. “Como cidade derribada, que não tem muros, assim é o homem que não tem domínio próprio”, Pv 25:28; o domínio próprio será segurança para seus sentimentos, traumas serão evitados e você não será abalado(a).

No próximo tópico veremos a correspondência do amor por parte do amado.

“O meu amado fala e me diz: Levanta-te, querida minha, formosa minha, e VEM. Porque eis que passou o inverno, cessou a chuva e se foi; aparecem as flores na terra, chegou o tempo de cantarem as aves, e a voz da rola ouve-se em nossa terra. A figueira começou a dar seus figos, e as vides em flor exalam o seu aroma; levanta-te, querida minha, formosa minha, e VEM.” (2:10-13)

A aceitação do amado e o seu chamado é a confirmação que a amada estava esperando. A primavera vem confirmar que o tempo de inverno e solidão acabou. Agora é tempo de um novo dia, de despertar e deixar florescer livremente o amor.

“Pomba minha, que andas pelas fendas dos penhascos, no esconderijo das rochas escarpadas, mostra-me teu rosto, faz-me ouvir a tua voz, porque a tua voz é doce, e o teu rosto amável.” (2:14)

Agora o casal atinge um grau maior de amor, confiança e certeza da correspondência do parceiro. Aqui está a base necessária para que haja uma abertura e exposição maior de um para com o outro. É tempo de mostrar-se, revelar-se ao outro.

Neste estágio do relacionamento, deve haver uma abertura completa do coração de um para com o outro. Mostre o seu rosto, faça-se conhecido da pessoa amada. O casal passará, neste ponto, por um momento delicado. Como o relacionamento evoluiu e há necessidade de uma abertura completa do coração, podem surgir desavenças e, sem dúvida, provações virão. Por isso, deve-se manter o relacionamento no nível correto, deixando o Espírito prevalecer. Tenham, porém, cuidado com as raposinhas…

a) Cautela com as raposinhas

“Apanhai-me as raposas, as raposinhas, que devastam os vinhedos, porque as nossas vinhas estão em flor.” (2:15)

Agora que as vinhas do relacionamento estão em flor, Satanás mandará seus mensageiros para tentar destruir o que está sendo gerado por Deus. O diabo luta contra Deus, esforça-se para destruir as obras do Cristo, ele vem para roubar, matar e destruir.

Os dois devem aprender a discernir, desde cedo, os dardos inflamados do maligno, que são enviados para destruir o seu relacionamento. O diabo luta contra a Palavra de Deus que está sobre vocês. Para tanto, tenta fomentar desavenças e divisão entre o casal.

Mas, nem toda a causa dos problemas têm sua origem no diabo. Ao buscarem construir um relacionamento sincero e honesto, com os corações abertos para se tocarem, a natureza carnal de cada um se manifestará. As diferenças de personalidade, educação e desejos virão à tona; melindres, ira, ciúmes e outros sentimentos também podem surgir, como verdadeiras raposinhas que ameaçam o que se está edificando.

Uma a uma, cada raposinha que surgir deve ser banida do relacionamento. “O casal deve aprender a não excluir um ao outro de nada. Este procedimento envolve uma sequência de vários passos. Primeiramente eles se determinam amar-se e a evitar ter qualquer muro entre si. Eles isolam as irritações ou problemas e dificuldades; no entanto, um a um, eles rodeiam esses problemas durante sete dias e os derrubam. Um a um” (raposa por raposa), “cada um irá ajudar o outro a descobrir uma solução para as coisas que o aborrecem.” (John Stevens em: “A Dupla Entrega”).

Pelo fato dos casais do Reino seguirem a mesma visão espiritual, estarem recebendo e bebendo da mesma “fonte”, submissos à mesma ordem divina, muitas dificuldades encontradas em outros casais não se vêem aqui.

b) Maior consciência de entrega e compartilhar

“O meu amado é meu, e eu sou dele…” (2:16)

Você está desenvolvendo um relacionamento com uma irmã ou irmão do Reino? Então deve se dedicar ao desenvolvimento deste relacionamento. O apóstolo Paulo comenta, em 1 Co 7:32 a 35, que quando você está solteiro pode se consagrar desimpedidamente e sem preocupação ao Senhor. Mas, caso pretenda se casar, deve aprender desde o início do relacionamento a honrar este compromisso e dispensar-lhe a dedicação que lhe é devida. Dedique-se ao Senhor e ao seu “amado” ou à sua “amada”.

O equilíbrio, aqui, é necessário. Os casais que estão se relacionando não devem se comportar como se não estivessem compromissados, ignorando seu parceiro e dando mais atenção a outros(as) jovens. Por outro lado, pelo fato de um jovem ou de uma jovem estarem se relacionando, não devem ficar só e sempre juntos. Não ande “grudado” nele ou nela, deixando de se relacionar com outros(as) irmãos(ãs) do Corpo. Aliás, é saudável que seu relacionamento esteja transparente e envolvido com o Corpo.

c) Primeira provação e confirmação do amor – Noivado

“De noite, no meu leito, busquei o amado de minha alma, busquei-o, e não o achei. Levantar-me-ei, pois, e rodearei a cidade, pelas ruas e pelas praças; buscarei o amado da minha alma. Busquei-o, e não o achei. Encontraram-me os guardas que rondavam pela cidade.” (3:1, 2)

De noite, a sunamita sonha que seu amado desapareceu. Tudo não passa de um sonho, mas que reflete algumas das  inseguranças que passam pelo coração de quem está amando. Ela sai ao encontro do seu amado, busca compreender o que aconteceu. E, então, os guardas a encontram.

Guardas, na Bíblia, significa profetas ou pastores (cf. Is 62:6 e Hb 13:17). Os guardas são uma bela figura de anjos, e das pessoas que zelam e pastoreiam as nossas vidas e sentimentos.

“Porque zelo por vós com zelo de Deus; visto que vos tenho preparado para vos apresentar como virgem pura a um só esposo, que é Cristo.” (2 Co 11:2)

A presença dos guardas, aqui e em outra cena, faz-nos lembrar da importância de todos os relacionamentos do Reino estarem sujeito a pastoreio. Todo jovem que está se relacionando deve desenvolver amizade com casais maduros para que haja um pastoreio e aconselhamento eficaz.

A orientação apostólica é que todos os jovens que estão se relacionando devem ser pastoreados por casais mais velhos e maduros. De preferência, que seja um presbítero e sua esposa. Este pastoreio é segurança e cobertura para o desenrolar do relacionamento. A sunamita foi confortada pela presença imediata dos guardas: “Mal os deixei, encontrei logo o amado da minha alma…”,3:4a.

“… agarrei-me a ele e não o deixei ir embora, até que o fiz entrar em casa de minha mãe e na recâmara daquela que me concebeu.” (3:4b)

O fato da sunamita ter levado o amado de sua alma para a casa de sua mãe, indica que o relacionamento passou a um ter compromisso maior.

Também indica que o casal assumiu o relacionamento publicamente, o que significa, em outras palavras, que noivaram.

O versículo 5 mostra que agora o casal está dentro de uma nova fase em seu relacionamento. O noivo já tem acesso à casa da noiva, tem a bênção da família e, ambos  estão compromissados publicamente ao casamento.

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Rai Barreto
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