A Visão e a Mensagem do Reino de Deus (Parte I – Fundamentos)
Nesta primeira parte da Série “A Visão e a Mensagem do Reino”, vamos lançar alguns fundamentos, conceitos e princípios do Reino. Permita que estes fundamentos do Reino sejam bem estruturados em seu espírito e mente, pois deles depende todo o seu futuro e do seu caminhar com Deus.
Lançando os fundamentos do Reino
Nesta primeira parte da Série “A Visão e a Mensagem do Reino”, vamos lançar alguns fundamentos, conceitos e princípios do Reino. Permita que estes fundamentos do Reino sejam bem estruturados em seu espírito e mente, pois deles depende todo o seu futuro e do seu caminhar com Deus.
“Segundo a graça de Deus que me foi dada, lancei o fundamento como prudente construtor; e outro edifica sobre ele. Porém cada um veja como edifica. Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo. Contudo, se o que alguém edifica sobre o fundamento é ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, manifesta se tornará a obra de cada um; pois o Dia a demonstrará, porque está sendo revelada pelo fogo; e qual seja a obra de cada um o próprio fogo o provará. Se permanecer a obra de alguém que sobre o fundamento edificou, esse receberá galardão; se a obra de alguém se queimar, sofrerá ele dano; mas esse mesmo será salvo, todavia, como que através do fogo. (1 Coríntios 3:10-15).
Sobre os fundamentos que lançaremos nesta primeira mensagem, desenvolveremos alguns assuntos importantes que aplicarão os princípios do Reino ao nosso viver diário. Como um prudente construtor, procure lançar o fundamento do Reino em todos os aspectos de sua vida. Porque toda a obra que edificarmos será submetida ao fogo para aprovação ou reprovação.
Aqui vamos resgatar e buscar compreender o pensamento e o projeto de Deus para o Seu Reino e Domínio. O que está na mente de Deus quando Ele pensa no Reino? O que Jesus queria nos ensinar sobre o Reino: seja por Suas ações, Seus ensinos ou nas parábolas? O que representa a pessoa de Jesus como Rei e Senhor no Seu Reino? Qual é a ideia de cidadania, colonização e mordomia no Reino? E quais são os projetos para a expansão do Reino e domínio do Rei nesta terra?
Utilizei-me de diversos livros, fontes de referência e a pesquisa na Internet para assimilar o significado de alguns conceitos a respeito do REINO, tanto em sua aplicação natural em um Sistema de Governo Humano, como em sua aplicação ao Reino de Deus ou ao Reino dos céus. Por isso temos aqui um ensinamento fundamental a respeito do Reino de Deus e que, também, lançará mais luz a todo o ensinamento, de mais de 30 anos, que a Palavra Viva nos traz a respeito do Reino de Deus.
Todos os pensamentos e projetos de Deus e Cristo geram em torno do conceito do Seu Reino e do Seu Governo. O assunto central de toda a Bíblia, de Gênesis a Apocalipse, é o Reino. Se você não compreender reino, é impossível você compreender a Bíblia e sua mensagem. Quando você ler as Escrituras e pensar em termos de Reino, estará em sintonia com a mente de Deus e uma nova perspectiva de vida se abrirá para você. Tendo a visão do Reino, seu caminhar com Deus terá um novo “sabor”, uma nova motivação, novas ideais e entrará em um novo nível de realizações, porque você entenderá e aplicará os seus direitos como cidadão do Reino.
“Percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino e curando toda sorte de doenças e enfermidades entre o povo” (Mateus 4:23). O Reino sempre foi o assunto prioritário de Jesus: “A estes também, depois de ter padecido, se apresentou vivo, com muitas provas incontestáveis, aparecendo-lhes durante quarenta dias e falando das coisas concernentes ao reino de Deus” (Atos 1:3).
Os ensinamentos bíblicos terão um novo significado para você. E um novo entendimento se abrirá para você quando a visão do Reino for impartida ao seu coração.
A definição correta de arrependimento
No Antigo Testamento a palavra para arrependimento é “nãham”, e é pouco usada com referência aos homens (Êxodo 13:17; Jó 42:6; Jeremias 8:6 e outras passagens). Essa palavra é mais aplicada a Deus (Gênesis 6:6, 7; Êxodo 32:14; Amós 7:3, 6e outras passagens). O termo mais frequente empregado para denotar o arrependimento humano é “shübh”, que significa “girar” ou “retornar”, e é aplicado ao retorno do pecador para voltar-se para Deus. Consiste, pois, em “voltar-se para” o Senhor de todo coração, alma e força: 2 Reis 17:13; Neemias 1:9; Salmos 78:34; Isaías 19:22; Jeremias 3:12, 14, 22; Oséias 14:1, 2; Zacarias 1:3, 4 e Malaquias 3:7,etc.
Já no Novo Testamento, os termos “arrepender-se” (metanoeõ) e “arrependimento” (μετάνοια – metanoia), ocorrem 58 vezes, e se referem basicamente a uma mudança de mente, ou mudança de mentalidade, que se reflete na transformação dos pensamentos, sentimentos e comportamentos. Esta palavra é formada por dois termos: a preposição “meta”, que quer dizer “depois” e indica “mudança de lugar ou condição”, e a palavra “noia” que significa “mente”. Arrependimento consiste de uma radical transformação ou mudança de pensamento, atitude, mudança de rumo, renovação de mente, mudança de temperamento e caráter, geralmente conotando uma evolução. Então, arrependimento quer dizer mudança de atitude, ou seja, atitude contrária, ou oposta, àquela tomada anteriormente em determinado assunto específico.
O arrependimento nos prepara para receber o Reino
Precisamos nos converter, nascer da água e do Espírito e mudar nossa maneira de pensar, caso queiramos entrar e viver o Reino de Deus. Por esta razão a mensagem inicial de Jesus foi: “Daí por diante, passou Jesus a pregar e a dizer: Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus” (Mateus 4:17). Ele também afirmou ao religioso Nicodemos: “Respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo: quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus” (João 3:5). Você pode pensar: “Mas tenho de renascer para entrar no Reino?” Isso mesmo, nascer de novo, de novo. O conhecimento de Deus se expandi e a revelação do Reino exigirá de você um nascer de novo, novamente.
Para recebermos o Reino precisamos mudar nossa maneira de pensar e agir. O apóstolo Paulo ensina a não tomarmos a forma deste mundo, não deixarmos a nossa mente se moldar aos conceitos desta era, mas renovar a nossa mente para compreendermos qual é a vontade de Deus: “E não vos conformeis” (tomar a forma) “com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”. (Romanos 12:2). Certamente a mensagem do Reino renovará todos os seus conceitos e pensamentos, e também o seu relacionamento com Deus e com o Senhor Jesus Cristo – nosso Rei.
Precisamos abandonar completamente o conceito que temos e herdamos de religião, para compreendermos os pensamentos e ideias de Deus a respeito do Seu Reino. A natureza humana é religiosa e isso é um grande empecilho para a revelação do Reino.
Não se relacione com Deus e com as Escrituras com o conceito de religião, mas de Reino. Pois a Bíblia não ensina uma religião, mas uma forma de governo, a cultura de um Reino e nosso relacionamento com este Reino e Seu Rei.
A religião estabelecida, na época de Jesus, foi um dos maiores opositores ao Reino que estava sendo trazido pelo Senhor. A religião escureceu a visão e entendimento de muitos para a revelação de Cristo e Seu Reino. “Ele lhes respondeu: A vós outros vos é dado conhecer o mistério do reino de Deus; mas, aos de fora, tudo se ensina por meio de parábolas, para que, vendo, vejam e não percebam; e, ouvindo, ouçam e não entendam; para que não venham a converter-se, e haja perdão para eles” (Marcos 4:11, 12). “Deixai-os; são cegos, guias de cegos. Ora, se um cego guiar outro cego, cairão ambos no barranco” (Mateus 15:14). Em nome da religião e das tradições humanas, eles crucificaram o Messias e Rei.
Por isso você notará como estes ensinamentos do Reino irão abalar algumas estruturas religiosas em sua mente e até na sua igreja, caso queira colocá-los em prática aonde você se congrega. Vinho novo deve ser colocado em odre novo. Que a graça de Deus lhe conceda arrependimento (Romanos 2:4; Atos 11:18) você que possa quebrar as estruturas e ligações religiosas de sua mente e alma, renovando-se para que possa reter o vinho novo do Reino. Você só entenderá o Reino por uma revelação divina diretamente ao seu espírito. “… não cesso de dar graças por vós, fazendo menção de vós nas minhas orações, para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos conceda espírito de sabedoria e de revelação no pleno conhecimento dele, iluminados os olhos do vosso coração… “ (Efésios 1:16-18a)
A História comprova que as religiões não resolveram os problemas da humanidade. A religião tem sido uma das grandes incentivadoras de facções, discriminação, ódio e guerra entre os povos. Mas você entenderá que o Reino de Deus, com os Seus princípios e verdades, traz a solução para todos os conflitos e anseios da raça humana. Os conflitos que algumas igrejas do Novo Testamento passaram, por causa da religião e tradição humana, foram resolvidos com o ensinamento do Reino. Um exemplo é o ensino que Paulo ministrou aos gálatas: “… porque todos quantos fostes batizados em Cristo de Cristo vos revestistes. Dessarte, não pode haver judeu nem grego” (em Cristo há solução para os problemas causados pelas diferenças raciais e culturais); “nem escravo nem liberto” (problemas causados pelas diferenças sociais são resolvidos pela unidade espiritual vivida em Cristo); “nem homem nem mulher” (atritos causados pelas diferenças sexuais); “porque todos vós sois um em Cristo Jesus”. (Gálatas 3:27, 28).
O Reino de Deus é um vinho novo que só pode ser armazenado adequadamente em odres novos (Mateus 9:16, 17). Daí a necessidade de nossa transformação para retermos o Reino. O Reino de Deus também é comprado com o fermento que precisa impactar e produz mudanças na estrutura atual dos sistemas de governo (política), da economia (negócios), da mídia (comunicação), da educacional, das religiões, dos relacionamentos familiares, da cultura, ou seja, das esferas da sociedade. Ou seja, todas as esferas da sociedade precisam ser mudadas para a forma de governo do Reino de Deus.
O livro de Hebreus ensina que tudo, do presente século, será abalado por Deus. Toda a estrutura humana, que não foi edificada sobre os princípios do Reino, será destruída, e um Reino inabalável será estabelecido nesta terra: “… aquele, cuja voz abalou, então, a terra” (nos dias de Noé a terra foi abalada pela água); “agora, porém, ele promete, dizendo: Ainda uma vez por todas, farei abalar não só a terra, mas também o céu. Ora, esta palavra: Ainda uma vez por todas significa a remoção dessas coisas abaladas, como tinham sido feitas, para que as coisas que não são abaladas permaneçam. Por isso, recebendo nós um REINO INABALÁVEL, retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus de modo agradável, com reverência e santo temor; porque o nosso Deus é fogo consumidor” (Hebreus 12:26 a 29). A graça de Deus nos capacitará a recebermos o Reino. O velho dará lugar ao que é novo. “Nós, porém, segundo a sua PROMESSA, esperamos novos céus e nova terra, nos quais habita JUSTIÇA”; 1 Pedro 3:13.
Tudo isso comprova a interpretação que Daniel teve do sonho tido pelo rei Nabucodonosor, a respeito da grande estátua, (Daniel 2:19-49). As partes da grande estátua e o material do qual eram formadas, representavam os grandes reinos que se levantariam, a partir do reino babilônico, até aos dias quando o Reino de Deus se manifestaria. Nabucodonosor representava o reino da Babilônia, o império que iniciou esta profecia, simbolizado pela cabeça de ouro. Este reino dominou o mundo de 605-539 A.C. como um dos mais poderosos impérios da antiguidade. Como a prata é inferior ao ouro, o reino que seguiu Babilônia era inferior a ela.
Em 539 A.C., os Medo-Persas comandados por Ciro conquistaram Babilônia. Foi um reino inferior em riqueza e glória, luxo e magnificência, mas maior em extensão. Como havia 2 braços de prata na estátua, este reino foi composto de dois aliados: a Medo-Pérsia dominou o mundo 539 to 331 A.C. Alexandre o Grande liderou os gregos para conquistar os Medo-Persas na Batalha de Arbela em 331 A.C.. O reinado da Grécia, usando armamentos de bronze, entrou em cena.
O reino que seguiu a Grécia foi o reino de ferro de Roma, o qual dominou o mundo de 168 A.C. a 476 D.C., quando as tribos bárbaras invadiram a Europa. Embora Roma não devesse durar para sempre, seu poderio não seria sucedido por outro império mundial, mas sim fragmentado em pequenos reinos. O Império Romano não conseguiu deter o ingresso, em seu território, das diversas tribos bárbaras provenientes do norte europeu e, por fim, caiu em seu poder. Em 476 A.D., o último imperador romano foi deposto pelos hérulos. Findava, assim, a férrea Monarquia de Roma. Essas tribos bárbaras dividiram entre si a Europa e, desde então, nunca mais se levantou outro duradouro império universal. Por certo que foram feitas tentativas, como as de Napoleão Bonaparte e Adolf Hitler, mas todas em vão, pois a sentença da profecia era clara: “…não se ligarão um ao outro“. Nenhum outro grande reino se levantaria na terra.
Mas, a visão profética falaria que nos dias deste reino (Império Romano) o próximo grande reino universal seria o Reino de Deus, que se iniciou na pessoa de Jesus, a pequena Pedra cortada do monte (Mateus 25:31-34). Esse Reino não vai assumir reinos terrenos. Ele vai consumi-los completamente, destruir e desmoronar todos os reinos da terra. O reino de Deus nunca vai ter fim. O Reino de Deus, a Administração de Cristo, dominará, pouco a pouco, como um fermento, todas as esferas da vida humana.
“Então, foi revelado o mistério a Daniel numa visão de noite; Daniel bendisse o Deus do céu. Disse Daniel: Seja bendito o nome de Deus, de eternidade a eternidade, porque dele é a sabedoria e o poder; é ele quem muda o tempo e as estações, remove reis e estabelece reis; ele dá sabedoria aos sábios e entendimento aos inteligentes… Mas, nos dias destes reis, o Deus do céu suscitará um reino que não será jamais destruído; este reino não passará a outro povo; esmiuçará e consumirá todos estes reinos, mas ele mesmo subsistirá para sempre, como viste que do monte foi cortada uma pedra, sem auxílio de mãos, e ela esmiuçou o ferro, o bronze, o barro, a prata e o ouro. O Grande Deus fez saber ao rei o que há de ser futuramente. Certo é o sonho, e fiel, a sua interpretação“ (Daniel 2:19-21, 44 e 45).
A visão do Reino no Antigo Testamento
O livro de Gênesis descreve a origem de todas as coisas. Nele encontramos o Projeto original de Deus para toda a Sua obra criada. Encontramos em Gênesis 1:26 o projeto original de Deus, de criar o Homem de acordo com a Sua natureza e que dominasse toda a terra. Este continua sendo o projeto de Deus para nós. É muito claro e simples este projeto. “Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele DOMÍNIO sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre TODA A TERRA, e sobre todos os répteis que rastejam pela terra”. Ele criou o homem, de acordo com a Sua natureza, não para ir para o céu, mas para dominar toda a terra.
O projeto de Deus para o Homem (para a raça humana) é: “Que tenha DOMÍNIO sobre a terra…”. O homem foi criado de uma forma específica, à imagem e semelhança de Deus, para um propósito específico: ter DOMÍNIO – esta palavra é muito importante. Ela é formada pela palavra hebraica: MAMLAKAH, que quer dizer DOMÍNIO,reino, governo soberano, poder real, administrar, controlar, gerenciar, trazer ordem, ser mestre e dirigir, ter domínio sobre um território. O termo mamlakah aparece 4.467 vezes no Antigo Testamento. Deus disse: “Vamos fazer o Homem à nossa imagem e semelhança para que eles tenham governo, administração, controle, gerenciamento, ordem sobre toda a terra”. Você nasceu para ser líder, um controlador, um administrador, um rei sobre a terra.
O pensamento de Deus, após tirar o Seu povo do domínio de faraó e estabelecer uma aliança com Moisés, não era estabelecer uma religião, mas uma nação ou um povo que amasse, servisse e honrasse o Senhor: “Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então, sereis a minha propriedade peculiar” (guarde no coração este termo: propriedade e território) “dentre todos os povos; porque toda a terra é minha; vós me sereis REINO de sacerdotes e NAÇÃO santa. São estas as palavras que falarás aos filhos de Israel” (Êxodo 19:5, 6).
Porém, como você pode estudar na “A Mensagem do Reino”, Israel rejeitou ser governado por Deus – rejeitou o Reino – nos dias de Samuel. A partir daí todos os profetas, a começar pelo próprio Samuel, começaram a profetizar a respeito do Cristo que viria para restaurar e estabelecer o Reino eterno de Deus nesta terra, por meio de Seus filhos.
Em Isaías 9:6, 7 é profetizado sobre o governo trazido pelo Cristo: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o GOVERNO está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz; para que se AUMENTE O SEU GOVERNO” (estenda o Seu Domínio. Guarde este pensamento: todo reino busca se expandir) “e venha paz sem fim sobre o trono de Davi e sobre o seu reino, para o estabelecer e o firmar mediante o juízo e a justiça, desde agora e para sempre. O zelo do Senhor dos Exércitos fará isto”. Antes de Jesus nascer, Isaías já havia profetizado a Sua vinda. Este menino foi nos dados. Ele governará – isso fala de domínio, de Reino. O Senhor vem à Terra para nos dar JUSTIÇA. O que a justiça significa? DIREITOS. Direitos que estão registrados na Constituição do Reino – as Escrituras. No Reino, você compreenderá que tem direitos – de ser curado, liberto de opressões demoníacas, de viver a justiça, a paz e a alegria genuínas, de ser abençoado e prosperar pois tudo isso é garantido aos cidadãos do Reino (João 16:24; Mateus 4:23; 9:35; 12:28 e Romanos 14:17). Deste dia em diante você tem os direitos do Reino.
A ideia de Reino sempre esteve arraigada na mente e coração dos israelitas, os discípulos de Jesus esperavam o tempo quando o Senhor Jesus restauraria o Reino: “Então, os que estavam reunidos lhe perguntaram: Senhor, será este o tempo em que restaures o reino a Israel?” (Atos 1:6).
O apóstolo Pedro confirmou que o REINO continua sendo a vontade de Deus para o seu POVO e será estabelecido em nossos dias: “Vós, porém, sois RAÇA eleita, sacerdócio real, NAÇÃO santa, POVO DE PROPRIEDADE EXCLUSIVA de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz; vós, sim, que, antes, não éreis povo, mas, agora, sois povo de Deus, que não tínheis alcançado misericórdia, mas, agora, alcançastes misericórdia” (1 Pedro 2:9, 10). Estes termos – RAÇA, NAÇÃO e PROPRIEDADE – são importantes e os analisaremos mais adiante.
Vemos em Apocalipse o cumprimento de todas as profecias do Antigo e do Novo Testamento a respeito do Reino de Deus: “… e jurou por aquele que vive pelos séculos dos séculos, o mesmo que criou o céu, a terra e o mar e tudo quanto neles existe: Já não haverá demora, mas, nos dias da voz do sétimo anjo, quando ele estiver para tocar a trombeta, cumprir-se-á, então, O MISTÉRIO DE DEUS, segundo ele anunciou aos seus servos, os profetas… O Sétimo anjo tocou a trombeta, e houve no céu grandes vozes, dizendo: O reino do mundo se tornou de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele REINARÁ PELOS SÉCULOS DOS SÉCULOS. E os vinte e quatro anciãos que se encontram sentados nos seus tronos, diante de Deus, prostaram-se sobre os seus rostos e adoraram a Deus, dizendo: Graças te damos, Senhor Deus, Todo-poderoso, que és e que eras, porque ASSUMISTE O TEU GRANDE PODER e passaste a REINAR”. (Apocalipse 10:6, 7 e 15-17).
Jesus ensinou e trouxe a esta terra um GOVERNO, UMA ADMINISTRAÇÃO. Ele nunca trouxe uma religião para a Terra, mas o governo de Deus, o Reino de Deus. O domínio e a autoridade de Deus para dar de volta a Seus filhos o que eles perderam. Ele está trazendo de volta o Reino, um governo, uma administração, uma nação.
A visão do Reino no Novo Testamento
No grego do Novo Testamento a palavra BASILEIA ocorre 923 vezes e significa domínio, soberania, poder, autoridade real, administração. Ter ou exercer AUTORIDADE suprema sobre um povo num determinado lugar. Interessante! O conceito de REINO é um governo e quem governa é um REI.
O que representa um reino? Um reino é a influência de governo e autoridade de um rei, sobre seu território, impactando-o com sua vontade, propósito e seu intento, produzindo cidadãos que refletem a sua natureza, cultura e valores. Em outras palavras, o Reino não é uma religião. Jesus disse: arrependei-vos, mude sua maneira de pensar, porque o Governo de Deus tem retornado à Terra. Ele veio à Terra para trazer o Seu governo de volta.
Jesus só pregava a mensagem do Reino. Mateus capítulo 13 traz as parábolas do Reino. O Reino é como um semeador que saiu a semear. O texto de Mateus 13:11 fala da mensagem do Reino: “Ao que respondeu: Porque a vós outros é dado conhecer os MISTÉRIOS DO REINO DOS CÉUS, mas àqueles não lhes é isso concedido”. Foi dado a nós. Mas não a eles que estão do lado de fora.A razão pela qual você vem à igreja todas as semanas não é para ter uma experiência religiosa, mas para adorar ao Rei e aprender mais segredos sobre o Reino. Você está recebendo os princípio e chaves do Reino. Aqui está a nossa mordomia (responsabilidade).
Nos versículos 18 e 19 Jesus explica a Parábola do Semeador: “Atendei vós, pois, à parábola do semeador. A todos os que ouvem a palavra do Reino” (as pessoas não quaisquer pregações vãs, anelam por receber A Mensagem do Reino), “e não a entende, o maligno vem e arrebata o que lhe foi semeado no coração”. Satanás rouba e arranca a Palavra do Reino dos corações das pessoas que não A entendem. Tenha consciência, então, que Satanás batalha contra a Palavra do Reino. A batalha espiritual sempre foi travada entre dois reinos espirituais: “Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor, no qual temos a redenção, a remissão dos pecados“ (Colossenses 1:13, 14). A palavra “império” significa, no grego, o “domínio do poder”, ou seja, um “reino ou governo das trevas”. O pecado dá legalidade a Satanás para escravizar as pessoas, mas a redenção de Cristo nos livra do pecado e nos faz filhos legítimos e cidadãos do Seu Reino de amor.
No início do Seu ministério, Jesus começou a pregar: “Daí por diante, Jesus passou a pregar e a dizer: arrependam-se” (por quê?), “porque o Reino está próximo!”Vejaque Jesus pregou apenas uma mensagem: o Reino. O versículo Mateus 4:23 –“Percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino e curando toda sorte de doenças e enfermidades entre o povo”. Agora Mateus 5:3 – “Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus”. O texto de Mateus 10:7 é muito importante: “E, à medida que seguirdes, pregai ESTA mensagem: O reino dos céus está a vosso alcance” (versão de King James). Esta mensagem! Isso é importante. Jesus orientou a Seus discípulos que fosse pregada ESTA MENSAGEM DO REINO. Por quê? Porque haverá muitas outras mensagens, mas preguem esta mensagem do Reino.
O comissionamento de Cristo é: “E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então, virá o fim” (Mateus 24:14). Não haverá o fim da era atual e a segunda vinda do Senhor Jesus Cristo, o Rei, até que o Evangelho do Reino seja pregado em todo o mundo, com os seus testemunhos (suas evidências e sinais). A palavra testemunho geralmente é usada para descrever a atuação de um indivíduo em um tribunal – testificando ou validando algo que a pessoa viu ou ouviu. O vocábulo grego empregado nesse trecho tem o significado ainda mais profundo. É uma palavra usada para se falar de experiências de laboratório e significa verificar ou validar. Somos as testemunhas do Reino de Deus nesta terra. Quando a atmosfera do Reino for estabelecida em todas as nações, o Rei voltará para reinar e o Deus será tudo em todos: “E, então, virá o fim, quando ele entregar o reino ao Deus e Pai, quando houver destruído todo principado, bem como toda potestade e poder” (1 Coríntios 15:24). Há principados, potestades e poderes em todas as nações que precisam ser destruídos. Então, todo joelho se dobre e toda língua confesse o senhorio de Jesus Cristo (Romanos 14:11 e Filipenses 2:10).
O apóstolo Paulo pregava o Reino (Atos 14:22; 19:8; 20:25 e 28:23, 31). Para Paulo o Reino de Deus é sinônimo do senhorio de Jesus Cristo.
Agora abra a sua Bíblia em Mateus 16:19 – “Dar-te-ei as CHAVES DO REINO DOS CÉUS: o que ligares na terra, terá sido ligado nos céus; e o que desligares na terra, terá sido desligado nos céus”. Eu lhe darei as chaves do Reino, não as chaves da religião. Mateus 13:33 – “Disse-lhes outra parábola: O reino dos céus é semelhante ao fermento que uma mulher tomou e escondeu em três medidas de farinha, até ficar tudo levedado”. Anote estes versículos, medite sobre eles para redescobrir a Mensagem do Reino.
Mateus 13:43 a 45 – “Então os justos resplandecerão como o sol, no reino de seu Pai. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça. O reino dos céus é semelhante a um tesouro oculto no campo, o qual certo homem, tendo-o achado, escondeu. E transbordante de alegria, vai, vende tudo o que tem, e compra aquele campo. O reino dos céus é também semelhante a um que negocia e procura boas pérolas; e tendo achado uma pérola de grande valor, vendeu tudo o que possuía, e a comprou”. Jesus pregou o Reino em parábolas (Marcos 4:30). O Reino dos Céus é como um tesouro que um homem compra e vende tudo o que tem, tudo o que possuía. Por quê? Porque ele encontrou TUDO. Quem tem o Reino, tem tudo. Tudo o que você precisa não está numa religião, num bom emprego ou coisas deste tipo, mas no Reino. Busque o Reino de Deus em primeiro lugar, então você terá tudo.
Jesus continuou pregando o Reino e disse que o Reino é como uma mulher que perdeu uma moeda (dracma) e varreu toda a casa e, tendo achado a moeda, fica cheia de alegria (Lucas 15:8-10). A humanidade e muitos cristãos perderam a revelação do Reino de Deus. Por isso o Reino deve ser buscado (procurado) diligentemente por quem deseja achar os Seus tesouros. Nesta parábola, Jesus ensina que a mulher “acendeu a candeia, varreu a casa e procurou diligentemente a dracma perdida até encontrá-la”. A luz da candeia representa a revelação, a luz do Espírito que ilumina o nosso entendimento para compreendermos os mistérios do Reino. Por fim, uma das maiores alegrias do Reino acontece quando um pecador se arrepende e volta para o Reino, reencontrando-se com o Seu Rei. Que possamos viver esta alegria por encontramos o Reino, Romanos 14:17.
Lucas 12:32 – “Não temais, ó pequenino rebanho; porque vosso Pai se agradou em dar-vos o seu reino”. Em Mateus 6:25-34 vemos que os discípulos estavam preocupados com roupas, comidas, casa, água etc. Onde vou morar? O que vou me vestir? E no versículo 25 o Senhor diz a Seus cidadãos para não ficarem ansiosos e preocupados com sua subsistência. Por que vocês se preocupam? Nos versículos 26 ao 28 – não fiquem estressados. O estresse é a maior fonte de enfermidade em todo o mundo e é causada pelas preocupações. No versículo 30 Jesus os chama de “homens de pequena fé”. Se você estiver preocupado com estas coisas é porque você não tem fé. Mas o Reino é chegado. O Versículo 31 lembra para vocês, cidadãos do Reino, não se preocuparem, não dizerem: “O que vamos vestir?” Não digam isso. O Senhor destruiu toda a sua lista de oração, quando lhe dá estes ensinamentos. Só os religiosos se preocupam e oram desesperadamente por comida, roupas, água, casas etc. Já os cidadãos do Reino, como veremos mais adiante, descansam na confiança (fé) de que Deus supre todas as suas necessidades.
No versículo 32 Jesus lembra que os pagãos (os gentios) é que correm atrás dessas coisas. São os pagãos que se preocupam, e oram por estas coisas. Os cidadãos dos céus são os que buscam primeiro o Reino e sua justiça e todas as demais coisas lhes serão acrescentadas (versículo 33). Este versículo é doce. Busquem primeiro o Reino e a Sua justiça. Não busque casa, poder ou outra coisa, mas o Reino e a Sua justiça; então você entenderá que tudo é “Legitimamente Seu”. TODAS AS COISAS lhes serão acrescentadas. O cidadão do Reino não tem estresse, sempre tem paz, porque nosso Pai celestial sabe do que precisamos. Meu Rei sabe do que eu preciso. Esta é a nossa cidadania: O Reino de Deus.
A figura do Rei e Senhor no Reino
A figura central de um reino é o rei. O rei e o reino estão sempre associados. Pela pregação de João Batista: “Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus” (Mateus 3:2), entendemos que o reino estava vindo na pessoa de Jesus Cristo. O Reino é o Rei e o Rei é o Reino, nunca podemos desassociar os dois.
A figura central do Reino de Deus é Jesus Cristo, o REI. Em sua conversa com Pôncio Pilatos, Jesus deixa clara o Seu testemunho de que é Rei: “Tu és o rei dos judeus?… Respondeu Jesus: O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus ministros se empenhariam por mim, para que não fosse eu entregue aos judeus; mas agora o meu reino não é daqui. Então, lhe disse Pilatos: Logo, tu és rei? Respondeu Jesus: Tu dizes que sou rei. Eu para isso nasci e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz. Perguntou-lhe Pilatos: Que é a verdade?” (João 18:33b, 36-38a). Ao afirmar: “O meu Reino não é deste mundo, e O meu Reino não é daqui”, Jesus deixou claro que era Rei. Ele estava falando sobre o Reino dos céus.
Então, o que Jesus quis testemunhar a Pilatos foi: “Vim a este mundo porque Sou Rei, vou provar isso. Testifico a verdade de que há um Rei e um Reino, e de que esse Reino está ao alcance de todos aqueles que desejarem entrar nele e que são da verdade”.
Veja alguns trechos das Escrituras que revelam que o Senhor é Rei: “Deus é o Rei de toda a terra; salmodiai com harmonioso cântico. Deus reina sobre as nações; Deus se assenta no seu santo trono. Os príncipes dos povos se reúnem, o povo do Deus de Abraão, porque a Deus pertencem os escudos da terra; ele se exaltou gloriosamente” (Salmo 47:7-9). Precisamos compor os nossos cânticos com este tema: Deus é o Rei de toda a terra. “Levantai, ó portas, as vossas cabeças; levantai-vos, ó portais eternos, para que entre o Rei da Glória. Quem é o Rei da Glória? O Senhor, forte e poderoso, o Senhor, poderoso nas batalhas. Levantai, ó portas, as vossas cabeças; levantai-vos, ó portais eternos, para que entre o Rei da Glória. Quem é esse Rei da Glória? O Senhor dos Exércitos, ele é o Rei da Glória”. (Salmo 24:7-10). “Pois o Senhor Altíssimo é tremendo, é o grande rei de toda a terra. Salmodiai a Deus, cantai louvores; salmodiai ao nosso Rei, cantai louvores. Deus é o Rei de toda a terra; salmodiai com harmonioso cântico. Deus reina sobre as nações; Deus se assenta no seu santo trono.” (Salmo 47:2, 6-8).
A mensagem é que o Senhor é Rei: “O reino do mundo se tornou de nosso Senhor e do Seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos” (Apocalipse 11:15b). A autoridade do rei é absoluta em seu reino. Então podemos entender a expressão de Jesus em Mateus 28:18 que diz: “Jesus, aproximando-se falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra”.
Uma das palavras mais comuns nas Escrituras é Senhor. E a ideia de senhor é um dos princípios fundamentais de um reino. Uma das palavras mais comuns no hebraico, usada no Antigo Testamento, referindo-se ao Altíssimo é adonay, que significa literalmente aquele que comanda ou proprietário. Geralmente esta palavra é traduzida como Senhor em nossas Bíblias. Por isso a ideia de rei está relacionada à autoridade e domínio, enquanto que a de senhor tem a ver com PROPRIETÁRIO de um TERRITÓRIO. O termo domínio refere-se à autoridade do rei – seu poder; a palavra território diz respeito à propriedade, à área geográfica sobre a qual a autoridade do rei se estende. Resumindo, um rei exerce autoridade (domínio) sobre uma área específica (território) e nesta a sua autoridade é absoluta.
No Antigo Testamento Deus é proclamado como Senhor: Deus é Senhor. Veja algumas passagens bíblicas: Salmo 8:1; 16:2; 22:26-28; 23:1; 47:7-9.
Da mesma forma que o Antigo Testamento descreve Deus como Rei, Todo-poderoso e dono de tudo, o Novo Testamento apresenta Jesus como Senhor e proprietário de todas as coisas. O vocábulo grego mais utilizado com o sentido de senhor, KYRIOS, é aplicado dezenas de vezes com relação a Jesus. Kyrios significa aquele que possui a autoridade, o controle (sobre pessoas ou coisas), o poder e que é dono (proprietário legal). Kyrios sempre contém a ideia de “legalidade” e “autoridade”.
Se você entender que o senhor é o proprietário de um território ou de bens, compreender algumas expressões usadas nas Escrituras. Por exemplo, fala-se de: “o senhor da vinha” (Mateus 21:40). Outra expressão importante: “Ao cair da tarde, disse o senhor da vinha ao seu administrador…” (Mateus 20:8). Note que o Senhor possui administradores dos seus bens, estes são os seus súditos ou mordomos, como veremos mais adiante. “E o senhor daquele servo, compadecendo-se, mandou-o embora e perdoou-lhe a dívida”. (Mateus 18:27). Este texto fala que o senhor é proprietário de pessoas que lhe servem, seus servos. “Então, vindo os servos do dono da casa, lhe disseram: Senhor, não semeaste boa semente no teu campo? Donde vem, pois, o joio?” (Mateus 13:27). Aqui, o senhor é o dono da casa e do campo (seu território). Nós somos propriedade exclusiva de Deus: “Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus…” (1 Pedro 2:9). Veja ainda Efésios 1:14.
“Por aquele tempo, exclamou Jesus: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e instruídos e as revelaste aos pequeninos.” (Mateus 11:25). Deus é Senhor de todo o universo, Ele é o proprietário e deseja estender o Seu domínio sobre toda a terra, trazendo o Seu Reino até nós.
Do ponto de vista do Reino de Deus, a confissão mais importante que podemos fazer na vida é “Jesus Cristo é o Senhor”. Por isso recomendamos que você estude cuidadosamente o manual da Palavra Viva “Jesus Cristo é o Senhor”. Os ensinos deste manual terão um novo sentido para você, quando estudamos com a visão do Reino.
O que implica confessarmos Jesus como Senhor? Jesus declarou: “E por que me chamais Senhor, Senhor, e não fazeis o que eu digo?” (Lucas 6:46). A submissão e obediência surgem pelo reconhecimento do senhorio. Quando obedecemos ao Rei e Senhor (proprietário de tudo), simplesmente dizemos a Ele: “Tu és Senhor e minha vida te pertence, é Sua propriedade. Tua vontade é uma ordem. Meu sustento, minha comida e bebida, é garantida quando eu sou submisso e obediente à Sua Vontade”.
Não se envergonhe do Senhor Jesus Cristo, antes orgulhe-se do seu Rei. Desta vez Ele não está vindo para ser o coitadinho do Jesus em nós, fazendo-nos sentirmos encolhidos, como gafanhotos às nossas vistas com pena de nós mesmos. Ele é o Rei! Ele está vindo para ser glorificado em Seus santos e para ser admirado em todos os que crêem (2 Tessalonicenses 1:10). Para que isto aconteça você precisa ter a seguinte atitude: “Eu sou a testemunha do Rei! Eu sou a voz do Rei! Eu sou o proclamador da Palavra que Deus tem falado! Deus tem ungido ‘meus pés’”. Isaías 52:7 diz: “Quão formosos sobre os montes são os pés do que anuncia as boas-novas, que faz ouvir a paz, que anuncia coisas boas, que faz ouvir a salvação, que diz a Sião: O teu Deus reina!” Você não vai apenas anunciar as novas, mas Romanos 16:20 diz que seus pés também serão usados para esmagar Satanás.
Para que o Reino de Deus se manifeste, precisamos falar a Sua Palavra, sermos os aráutos do Rei e caminhar na Sua vitória. Só precisamos aceitar como nossa realidade tudo o que Deus falou. Na verdade, precisamos profetizá-lo ou chamá-lo àexistência. A iniciativa de profetizar nos é dada pela unção do Senhor, não deveríamos ficar na defensiva quanto a ela. Embora o inimigo venha a nos atacar, nós podemos ser os vencedores e entrar em verdadeira imunidade. Ao clamarmos o que Deus disse, podemos recriar situações exatamente como Deus disse que deveriam ser.
O conceito de PROPRIEDADE no Reino
Sem território não existe rei. O rei precisa ter algo sobre o qual governar. E tudo no território de um rei pertence a ele. Se o rei possui tudo, então os súditos nada possuem. Em um reino genuíno, não existe a noção de propriedade privada. Os súditos são MORDOMOS e não proprietários.
Por isso, viver o Reino de Deus, sob o governo de Cristo, significa desistir de todos os conceitos de propriedade pessoal. No Reino podemos desfrutar tudo sem medida, desde que nos lembremos de quem é o Dono delas.
No momento em que passamos a pensar que nossos bens nos pertencem, arrumamos problemas. Se desejarmos ter posse de algo, fazemos de nós mesmos um senhor e estamos nos levantando contra o Reino. Isso nos retira a comunhão com a vontade e o caráter do Rei, porque em Seu Reino só pode haver um Senhor.
Quando abrimos mão de nosso senso de propriedade, reconhecemos Deus como o dono e nós como os mordomos, e não mais nos preocupamos em obter sucesso, porque agora dependemos do Senhor para garantir nosso bem-estar. E Ele é um Senhor benevolente e generoso, o dono de recursos infinitos. Abrir mão do senso de propriedade nos dá pleno acesso a esses recursos.
Abrir mão do senso de propriedade abre-nos o acesso a todos os recursos, riquezas e direitos do Reino de Deus. Esta é a nossa primeira atitude para entrarmos e vivermos todos os benefícios do Reino: “Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus”. (Mateus 5:4).
Aqui está a chave para vivermos o “tudo em comum” e que foi vivido pela Igreja Primitiva. “Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum. Vendiam as suas PROPRIEDADES e BENS, distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade.” (Atos 2:44, 45). Se vivermos este conceito de que o Senhor é o proprietário de tudo o que somos e “temos”, então poderemos andar na mordomia de todos os bens do Reino. Assim, poderemos, um dia, ver a Equipe Apostólica administrar todos os bens do Reino para que todos sejam supridos em suas necessidades.
Esse sendo pessoal de propriedade que nos leva a acumular bens é um grande empecilho para vivermos plenamente os nossos direitos no Reino dos céus. Por isso, ao ensinar o Reino, Jesus confrontou severamente a avareza – Lucas 12:13-21. Depois de contar a parábola do campo de um homem que produziu com abundância, Jesus continua ensinando que se vivermos corretamente o sentimento de propriedade do Reino, teremos tudo: “Não andeis, pois, a indagar o que haveis de comer ou beber, e não vos entregueis a inquietações. Porque os gentios de todo o mundo é que procuram estas coisas; mas vosso Pai sabe que necessitais delas. Buscai, antes de tudo, o seu reino, e estas coisas vos serão acrescentadas. Não temais, ó pequenino rebanho; porque vosso Pai se agradou em dar-vos o seu reino. Vendei os vossos bens e dai esmola; fazei para vós outros bolsas que não desgastem, tesouro inextinguível nos céus, onde não chega o ladrão, nem a traça consome, porque, onde está o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.” (Lucas 12:29-33). Abrir mão da propriedade pessoal também estimula em nós um espírito generoso. Se formos apenas mordomos e não proprietários, podemos contribuir livremente assim como o Senhor nos deu livremente. O maior sinal de que uma pessoa realmente tem a Jesus como o seu Senhor (proprietário) e de que está vivendo o Reino, está no quanto ela está disposta a doar.
Domínio x Império
Como vimos no início, um dos conceitos de Reino é domínio. O chamado de domínio que Deus dá à humanidade é bem evidente desde o livro de Gênesis. Mas devemos entender que nenhuma das descrições de domínio jamais mencionou dominar sobre nossos companheiros seres humanos. O domínio se estende sobre todas as outras formas de vida ou existência, incluindo o reino demoníaco. Portanto, sempre que usamos a linguagem de domínio sem oferecermos uma explicação imediata sobre o que isso se trata exatamente, estaremos, então, deixando aberta uma enorme porta para controvérsias, abusos e desequilíbrios.
“Ter domínio” não significa que os cristãos governam os não cristãos. A essência do chamado de domínio dos filhos e filhas de Deus – toda a humanidade – se estende sobre peixes, gado, pássaros e toda a Terra, incluindo todos os seres rastejantes e todos os seres vivos. E, segundo Efésios 6:12, Paulo ensina que a nossa “luta” é ganhar domínio sobre o reino demoníaco e as mentiras que ele levanta sobre Deus: “…porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes”. Jesus também disse: ”Se, porém, eu expulso os demônios pelo dedo de Deus, certamente, é chegado o reino de Deus sobre vós” (Lucas 11:20).
No Reino, nenhum ser humano pode exercer domínio sobre o seu próximo. Marido não pode exercer domínio sobre sua esposa e filhos; nem os presbíteros sobre suas ovelhas; nem empregadores sobre os seus empregados; e assim por diante: “Então, Jesus, chamando-os, disse: Sabeis que os governadores dos povos os dominam e que os maiorais exercem autoridade sobre eles. Não é assim entre vós; pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva; e quem quiser ser o primeiro entre vós será vosso servo; tal como o Filho do Homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos” (Mateus 20:25-28). Jesus deixou bem claro que o conceito de domínio e autoridade no Seu Reino é o oposto do conceito dos governos humano. O conceito do Reino é de autoridade servil.
Paulo deixou registrado em Colossenses 1:13 que o Pai “nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor”. O reino de Satanás é imperialista. Imperialismo consiste numa política de expansão e o domínio territorial, cultural e econômico de uma nação sobre outras. Nessa perspectiva, estados poderosos procuram ampliar e manter seu controle ou influência sobre povos ou nações mais fracas. Um império é estabelecido por força, violência e castração da liberdade humana.
Jesus compara o Seu Reino com o império satânico: “O ladrão vem somente para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância” (João 10:10). O Reino de Deus é um reino de amor, prosperidade, saúde, justiça, verdade e paz. “Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo” (Romanos 14:17). A profecia de Isaías 65:17-25 descreve alguns detalhes sobre a harmonia e paz do Reino de Deus. O Reino de Deus é o “Reino do Filho do Seu amor”.
“Nos últimos dias, acontecerá que o monte da Casa do Senhor será estabelecido no cimo dos montes e se elevará sobre os outeiros, e para ele afluirão todos os povos” (Isaías 2:2). O Senhor está colocando os Seus filhos como sal da terra e luz do mundo. Estamos sendo postos no velador, lugar em que todos estarão olhando para nós, buscando receber as bênçãos e orientações do Reino. A sociedade está nos observando e escutando. E precisamos estar cientes de que a atenção que ela dá a nós vai aumentar à medida que avançamos para dentro do Reino. Por isso, precisamos entender uma verdade importante: O Reinado de Deus é promovido por meio da influência e não da imposição. O Reino é como um fermento que uma mulher coloca em três medidas de farinha até tudo ficar levedado (Mateus 13:33).
O Reino de Deus sempre avança com uma dinâmica de dentro para fora. É muito importante que tenhamos certeza dessa verdade à medida que expandimos em uma influência sem precedentes na sociedade. Somos sal da terra, que tem a função dupla de evitar a putrefação dos alimentos (evitar a putrefação dos valores cristãos da sociedade) e, também, realçar o sabor dos alimentos (realçar as coisas boas que Deus criou).
As igrejas cristãs têm sido canal de bênção e muitas gerações, basta ler o livro de Atos dos Apóstolos. A Reforma Protestante também foi um momento da restauração de verdades fundamentais que haviam se perdido. A influência dos pensamentos da Reforma produziu bons efeitos na Alemanha, Inglaterra, Escócia, Suíça, França e o chamado Mundo Ocidental. Somos gratos pelos restauradores: Lutero, Calvino, George Fox e muitos outros.
Porém não queremos repetir experiências fracassadas da Era da Igreja. João Calvino (1509-1564), provavelmente, a figura mais famosa da era da Reforma Protestante além de Martinho Lutero. Ele se tornou um excelente exemplo do casamento entre igreja e Estado. E, por um tempo, a Genebra, na Suíça, foi seu orgulho e alegria, sendo conhecida como “uma cidade de retidão”. Genebra era o exemplo original de uma “cidade edificada sobre o monte”, o que era dito com carinho por muitos cristãos daqueles dias. O problema é que esse modelo seria horrível para a nossa atualidade. João Calvino acreditava e ensinava que todos os desvios deveriam ser dura e severamente punidos, e ele persistiu com essa crença. Das Escrituras, ele extraiu uma fraseologia que ele declarava como imposição: “Aquele que resiste ao magistrado, resiste a Deus”. Tendo esta premissa como inspiração e permissão para exercer sua visão de domínio, ele passou a espancar, prender e torturar crentes e não crentes.
Calvino foi responsável pela execução de pelo menos cem pessoas que, em nossos dias, simplesmente seriam considerados como pertencentes a uma denominação cristã diferente. Muitos ministros anabatistas foram afogados por suas interferências na sociedade ordenada de Calvino. Os anabatistas (re-batizadores) não acreditavam que o batismo infantil era suficiente. Eles alegavam que era necessário um batismo de imersão total para que ele tivesse valor. Calvino achava ser ironicamente apropriado que os ministros que se batizavam por imersão fossem imersos até morrerem afogados.
Agora, para ser mais justo com Calvino, devo salientar que a sua maneira dura e intolerante de lidar com aqueles que discordavam dele, estava, em grande parte, em consonância com a cultura religiosa da sua época. Ele não precisa ser demonizado além da medida.
Calvino foi grandemente influenciado pelos textos e doutrinas de Agostinho, e foi justamente de Agostinho, que ele tirou suas opiniões sobre a predestinação e o pecado original. A doutrina da predestinação diz que Deus, em essência, já planejou tudo, e nós estamos apenas cumprindo o papel atribuído por Ele para nós. Deus já determinou quem é ou não é salvo. Ele tomou essa decisão antes da fundação da Terra, e não há nada que possamos fazer para que Ele mude de ideia.
Como consequência cultural e social, essa maneira de pensar gera uma sementeira para o racismo e o sexismo. Quando você acredita que Deus já decidiu a sorte das pessoas na vida, seja para o bem ou para o mal, então é conveniente crer, por exemplo – seguindo esta lógica – que os escravos foram feitos escravos e, portanto, não devem se libertar daquilo pelo qual já foram predestinados por Deus. O núcleo original do calvinismo era tão repleto de erros doutrinários que carregava grandes implicações sociais negativas. Por isso os puritanos e as denominações subsequentes eram defensoras espirituais do racismo e sexismo, que tanto influenciou a Alemanha, Inglaterra e até os Estados Unidos nos séculos XV e XVI.
João Calvino, por outro lado, era decididamente antissemita, assim como praticamente todos os pais da Reforma Protestante e os líderes da Igreja Católica. Não que Calvino tenha dado início ao antissemitismo, mas ele cedeu ao pensamento cristão prevalecente em seus dias e foi, também, fortemente influenciado pela crença secular de que os judeus eram uma raça condenada por causa de seu papel na crucificação de Jesus.
Calvino disse o seguinte sobre os judeus: “Por causa da obstinação e arrogância, eles merecem ser oprimidos sem medida e sem fim e morrerem em sua miséria sem a compaixão de ninguém”. Lutero era um antissemita ainda mais severo. Parece quase óbvio, dizem alguns historiadores, que as sementes antissemitas que Lutero plantou na Alemanha foram colhidas na vida de Hitler.
A profecia de Habacuque 2:14 revela: “Pois a terra se encherá do conhecimento da glória do Senhor, como as águas cobrem o mar”. O conhecimento da glória do Senhor será levado a todas as nações da Terra pelos filhos do Reino. O que representa a glória do Senhor? Poucos cristãos sabem o real significado da glória do Senhor. “Disse o Senhor a Moisés: Farei também isto que disseste; porque achaste graça aos meus olhos, e eu te conheço pelo teu nome. Então, ele disse: Rogo-te que me mostres a tua glória. Respondeu-lhe: Farei passar toda a minha bondade diante de ti e te proclamarei o nome do Senhor; terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia e me compadecerei de quem eu me compadecer” (Êxodo 33:17-19). A glória do Senhor é o reflexo da Sua bondade, misericórdia, compaixão, graça (João 1:14), poder miraculoso (João 2:11), prodígios (Números 14:22), ou seja, a manifestação da Sua natureza e poder. A glória do Rei Jesus é manifesta pelos Seus feitos.
Como embaixadores do Reino de Deus, nossa função é levar o conhecimento da glória do Senhor a todos os povos e nações. Nosso objetivo é manifestar Seu amor, graça, sabedoria e poder, e exibi-las em todas as áreas da sociedade. Manifestaremos e testemunharemos a glória do Reino de Deus a todas as nações: “E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então, virá o fim” (Mateus 24:14). O Reino de Deus será manifestado a todas as nações através de muitos testemunhos – muitas comprovações visíveis da glória do Senhor.
Por: Raimundo Barreto
Dezembro de 2009
Garanhuns, PE, Brasil
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