A Escola do Perdão
“Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: Paz seja convosco! Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio. E, havendo dito isto, soprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo. Se de alguns perdoardes os pecados, são-lhes perdoados; se lhos retiverdes, são retidos” (João 20:21-23).
O Ensino do Reino Sobre o Perdão
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Já tive a oportunidade de ministrar algumas mensagens sobre o perdão e ainda tinha guardado alguns apontamentos sobre este assunto. E percebi que havia a necessidade de se ensinar algo mais completo sobre o perdão, porque entendo que será de grande ajuda para as pessoas, individualmente, e para o Corpo de Cristo. Portanto, aqui está um ensinamento mais completo sobre este assunto. Incluo também alguns provérbios do Reino sobre o perdão que, como sugestão, você pode fixar em lugares estratégicos em sua casa ou mesmo postar em suas redes sociais.
O apóstolo Paulo descreve alguns comportamentos que marcarão o caráter das pessoas nestes últimos dias: “Sabe, porém, isto: nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis, pois os homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes, desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, enfatuados, mais amigos dos prazeres que amigos de Deus, tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder.” (2 Timóteo 3:1-5a).
Hoje, as relações interpessoais estão cada vez mais complexas, difíceis de harmonizar e conflitantes. Por isso temos visto os consultórios psiquiátricos e médicos cheios. Depressão, solidão, amargura, ira, traição, ódio e homicídios são coisas que estão se tornando cada vez mais comuns. E esse fermento de maldade não deixa de penetrar nos corações dos membros do Corpo de Cristo. Por isso temos que buscar imunidade contra este fermento.
Também Jesus, em Seu “Sermão Profético”, descreve alguns problemas que serão marcantes em nossos dias. “Nesse tempo, muitos hão de se escandalizar, trair e odiar uns aos outros; levantar-se-ão muitos falsos profetas e enganarão a muitos. E, por se multiplicar a iniquidade, o amor se esfriará de quase todos. Aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo. E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então, virá o fim” (Mateus 24:10-14). Jesus ensina que o remédio para a nossa sociedade é o Evangelho do Reino.
Note que a descrição que Paulo faz dos “últimos dias” refere-se à humanidade de uma forma geral. Já a descrição de Jesus focaliza a situação de muitos da cristandade com os problemas de “uns para com os outros”. Isso nos ajuda a entender o porquê toda a humanidade e a criação estão clamando por livramento e salvação, não por julgamento. Sendo assim, este são dias para sermos compassivos, benignos e misericordiosos, pois são tempos difíceis.
Pedro também escreve sobre a segunda vinda do Senhor e dos últimos dias na passagem de 2 Pedro 3:1-9. No versículo 9b ele também nos lembra que precisamos ser longânimos: “…ele (Deus) é longânimo para conosco, não querendo que nenhum se perca, senão que todos cheguem ao arrependimento”, lembrando dos dias de Noé.
O perdão é um assunto para HOJE. O Senhor tem nos dado autoridade para perdoar pecados, o que é uma chave para a libertação das pessoas e para o evangelismo do Reino. E, para andarmos neste comissionamento de perdoar pecados, precisamos aprender a usar esta chave a fim de libertar as pessoas cativas de pecados, de amarguras, de ressentimentos, de ódio, de doenças e enfermidades. Que possamos, nesta hora, sermos canais de perdão e libertação.
“Longe de vós, toda amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e blasfêmias, e bem assim toda malícia. Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em Cristo, vos perdoou” (Efésios 4:32). Paulo ensina que o remédio para a amargura, a cólera, a ira, a gritaria (histerismo e descontrole emocional), a blasfêmia e toda a malícia é o perdão em nossos relacionamentos. O perdão está diretamente ligado com o amor – quem ama, perdoa. O perdão é um canal pelo qual os milagres de Deus podem fluir através de nós, para curar e libertar as pessoas. Deus tem uma natureza de graça, de misericórdia e rico em perdoar.
Note que o perdão que ministramos a uma pessoa nasce da consciência do perdão que recebemos do Senhor por Sua graça. Tudo de bom o que podemos oferecer da parte de Deus ao nosso próximo, nasce em Deus. Nós amamos ao nosso próximo porque Ele nos amou primeiro e derramou o Seu amor em nossos Corações, pelo Espírito Santo. De graça recebemos e de graça nós compartilhamos, este é o princípio: “Curai enfermos, ressuscitai mortos, purificai leprosos, expeli demônios; de graça recebestes, de graça dai” (Mateus 10:8).
A capacidade de perdoar não está em nós, mas no Senhor que soprou o Seu Espírito sobre nós para que perdoemos os pecados das pessoas.
O capítulo 55 de Isaías profetiza a Era da Graça quando o Senhor fez, em Cristo Jesus, uma aliança perpétua, que consiste nas fiéis misericórdias prometidas a Davi. E, neste contexto, é dito que o Senhor é rico em perdoar: “Deixe o perverso o seu caminho, o iníquo, os seus pensamentos; converta-se ao Senhor, que se compadecerá dele, e volte-se para o nosso Deus, porque é rico em perdoar” (Isaías 55:7).Ele nos perdoou e promete nos salvar completamente através de Seu Filho, Jesus Cristo. Jesus é a encarnação da graça, da misericórdia e do perdão de Deus oferecidas à humanidade. E nós, cristãos, devemos ser os canais desta graça, misericórdia e perdão para as pessoas. Nossas comunidades devem se tornar “casas de perdão”, onde cultivamos a graça, a bondade, a misericórdia, o perdão e o amor do Senhor. As pessoas, então, serão atraídas por esta atmosfera espiritual e serão libertas.
Na carta aos Colossenses 3:12 a 14 Paulo repete o mesmo ensinamento, enumerando as virtudes que devem ser cultivadas em nossos relacionamentos: “Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de ternos afetos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de longanimidade. Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós; acima de tudo isto, porém, esteja o amor, que é o vínculo” (ligamento do corpo humano, cf. Colossenses 2:19) “da perfeição”. Caso haja algum motivo de queixa ou atrito no relacionamento, a recomendação apostólica é “perdoai-vos mutuamente”, no mesmo padrão que o Senhor nos perdoou.
Deus quer que tenhamos um relacionamento de amor uns com os outros, cheio de bondade, afetos de misericórdia, mansidão e nos perdoando uns aos outros. Por isso vemos a expressão “uns com os outros” nas passagens de Efésios e Colossenses.
“O bom senso torna o homem capaz de perdoar as ofensas e ser paciente com outras pessoas. Assim ele será respeitado pelos outros!” (Provérbios 19:11 – A Bíblia Viva – Paráfrase).
“Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei“ (Mateus 11:28). O povo contemporâneo de Jesus vivia debaixo de um jugo muito pesado, sob domínio dos romanos e de uma carga religiosa exagerada. As doutrinas dos escribas e fariseus impunham muito legalismo e peso, o que produzia a autocondenação no coração das pessoas. Então, as palavras de graça de Jesus (Lucas 4:22) soaram como um bálsamo para as almas daquela geração, daquelas “ovelhas perdidas da casa de Israel”. Jesus se tornou uma pessoa acessível porque era humilde, manso e cheio de compaixão. Que este mesmo espírito seja produzido em nós e em nossas comunidades. Lembre-se: o mundo vai ser atraído para o Reino por causa deste espírito de perdão, que reflete o ministério de reconciliação que nos foi outorgado pelo Senhor.
O Senhor conhece a natureza humana e adâmica, fraca e imperfeita, e por isso sabe que carecemos de perdão: do Seu perdão e o perdão de uns para com os outros em nossos relacionamentos (Salmos 103:11-14). Ele enviou o Seu Filho para nos perdoar, livrando-nos do domínio do pecado e de Satanás, nos reconciliando Consigo mesmo: “Ora, tudo provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o MINISTÉRIO DA RECONCILIAÇÃO, a saber, que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões, e nos confiou a PALAVRA DA RECONCILIAÇÃO” (2 Coríntios 5:18, 19).
O coração que perdoa não imputa as transgressões das pessoas. Pelo perdão alcançamos a liberdade dos filhos. Lembre-se, repousa sobre você a autoridade para perdoar: a palavra e o ministério da reconciliação. Portanto, aqui você vai aprender mais sobre como se mover neste ministério de perdão e reconciliação, que é uma extensão do ministério de Cristo sobre esta terra: “… para que saibais que o Filho do Homem tem, sobre a terra, autoridade para perdoar pecados.” (Lucas 5:24). A Páscoa fala de perdão. E também não foi em vão que Deus estabeleceu o Dia do Perdão ou Dia da Expiação (Yom Kippur), isso porque Ele sabe que o perdão é muito importante no nosso processo de amadurecimento e rumo à maturidade. Deus nos ensina, por toda a Bíblia, como e porque perdoar. Ele quer que entremos na Escola do Perdão e que, como Ele, sejamos ricos em perdoar.
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