Amar a justiça e odiar a iniquidade ou pecado Hebreus 1:9
Devocional,  PÉROLAS DIÁRIAS

Devemos amar a justiça e odiar o pecado

Raimundo Barreto
www.raibarreto.com.br
@raibarretosilva
Salvador, BA, janeiro de 2025

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“…mas acerca do Filho: O teu trono, ó Deus, é para todo o sempre; e: Cetro de equidade é o cetro do seu reino. Amaste a justiça e odiaste a iniquidade; por isso, Deus, o teu Deus, te ungiu com o óleo de alegria como a nenhum dos teus companheiros” (Hebreus 1:8, 9).

O contexto destes versículos de Hebreus traz um contraste claro nos versículos 6 e 7: os anjos servem a Deus, mas Cristo está no trono. Esses versículos são citações do Salmo 45:6, 7 que faz parte da coletânea dos “Salmos Reais”, que são os 45 a 48. O Salmo 45, dos versículos 1 ao 9 descrevem o caráter do Noivo e Rei. Assim sendo, tanto o texto do Salmo 45 como de Hebreus tratam ao triunfo de Jesus como Rei: o trono e o governo de Cristo serão estabelecidos para todo o sempre e está estabelecido sobre a verdade e a justiça. Cristo governará em Seu reino com justiça e equidade (imparcialidade, isenção e neutralidade).

A expressão “Amaste a justiça e odiaste a iniquidade” refere-se à obediência de Cristo na terra, que O tornou herdeiro de tudo. Por causa da Sua obediência, Cristo foi ungido com o óleo da alegria acima de Seus companheiros. Como entendemos ao longo do livro de Hebreus, os companheiros de Cristo são obedientes e, por conta disso, serão co-herdeiros no Reino com Ele; porém, Jesus permanece acima de tudo. Cristo alcançou Sua herança, governo e alegria devido à Sua vida de justiça e obediência; o mesmo acontecerá com Seus companheiros. Sendo assim, todos os que buscam o Reino de Deus e a Sua justiça em primeiro lugar, também devem nutrir o mesmo sentimento de Cristo: amar a justiça e odiar a iniquidade.

A Coletânea dos “Salmos do Reino”, do 93 ao 100, também descreve a natureza do Reino. O Salmo 97 descreve o reinado do Senhor tendo a base do Seu trono “justiça e juízo” (vs. 2) e, no versículo 10, exige que todos os que amam ao Senhor devem “detestar o mal”, desta forma estes serão santos e protegidos dos ímpios. Paulo cita este versículo do Salmo 97 enfatizando as virtudes que devem ser cultivadas: “O amor seja sem hipocrisia. Detestai o mal, apegando-se ao bem” (Romanos 12:9). Note o contraste com a sinceridade e intensidade do amor e do apego que devemos ter ao bem. O apego ao bem que deve ter sua correspondência, em sinceridade e intensidade, ao abominar, aborrecer, execrar, odiar, repugnar o mal.

“Aborrecei o mal, e amai o bem, e estabelecei na porta o juízo; talvez o Senhor, o Deus dos Exércitos, se compadeça do restante de José”. (Amós 5:15).

O contexto desta mensagem do profeta Amós se deu quando Israel se mostrava incorrigível, e o pronto julgamento estava prestes a lhe sobrevir. Não obstante, o resto de José (15) se arrependerá de todo o coração. A profecia da destruição prossegue nos versículos 16 e 17, e mostra que Amós pensava que o apelo era em vão. Mas a integridade do Senhor não o permite passar para a fase de julgamento e destruição sem um apelo recorrente. Por isso, o profeta roga: “Buscai o bem e não o mal, para que vivais; e assim o SENHOR, o Deus dos Exércitos, estará convosco, como dizeis” (14).

Amós se dirige ao resto (15), o fragmento que sobrou de uma nação após uma catástrofe devastadora. Ele ressalta uma vez mais a única maneira possível na qual os israelitas podem escapar do julgamento: Aborrecei o mal, e amai o bem, e estabelecei o juízo na porta. 

O Deus de amor que também odeia o mal

Intimamente relacionado com a ira ou a cólera de Deus está Seu ódio. Palavras que são frequentemente usadas em associação ao ódio de Deus são aborrecer, detestar, repugnar, abominas, rejeitar etc. Muitos discordam de qualquer ensinamento sobre o ódio de Deus por causa da má compreensão de que Deus não pode odiar porque “Deus é amor” (1 João 4:8). Enquanto o amor de Deus é uma realidade que vai além da compreensão, é importante observar que o amor de Deus é a própria razão para Seu ódio. O amor é um lado da moeda, o ódio é o outro lado.

Nós não deveríamos dizer “Deus é amor, e portanto, Ele não pode odiar”, mas ao invés disso, “Deus é amor, e portanto, Ele deve odiar”. Por exemplo: Se uma pessoa verdadeiramente ama a vida, reconhece sua santidade, e considera todas as crianças como um presente de Deus, então ela deve odiar, abominas, detestar ou rejeitar o aborto. É impossível amar apaixonadamente e puramente as crianças e ainda assim ser neutro para com aquilo que as destrói dentro do útero. Da mesma maneira, se Deus ama com a maior intensidade tudo o que é reto, bom e justo, então Ele deve com igual intensidade odiar tudo o que é perverso, mal ou iníquo.

Devemos entender que o ódio de Deus existe em perfeita harmonia com Seus outros atributos. Diferentemente do homem, o ódio de Deus nunca é resultado de alguma fraqueza ou defeito em Seu caráter – tais coisas não existem. Pelo contrário, o ódio de Deus é santo, justo, e resultado de Seu amor. 

Ébom trazer à nossa memória o que Salomão registrou em Provérbios 6:16 a 19 que descreve algumas coisas que o Senhor abomina: “Seis coisas o Senhor aborrece, e a sétima a sua alma abomina: olhos altivos, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente, coração que trama projetos iníquos, pés que se apressam a correr para o mal,
testemunha falsa que profere mentiras e o que semeia contendas entre irmãos
”. Se o nosso Pai abomina estas coisas, nós, semelhantemente, devemos abominá-las (confira Isaías 61:8a).

O consentimento para o mal

Nós precisamos que o Senhor nos ajude porque ainda existe uma passividade, um consentimento para o mal e para o pecado, dentro e fora de nós, que devemos abominar. Por isso a orientação apostólica é: Seja intolerante ao mal. Aborreça o que é mal (Romanos 12:9). Abominação do mal deve estar na nossa mente, coração e espírito. Muitos “bons cristãos” são espíritos religiosos e exatos em seus hábitos e conduta, mas em seus corações não aborrecem o mal; até gostam dele. Alguns ainda têm em sua natureza carnal alguns “pecados de estimação”. Não aceite isso! Não seja passivo com relação à natureza pecaminosa; leve-a à cruz com Cristo: “Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena: prostituição, impureza, paixão lasciva, desejo maligno e a avareza, que é idolatria;por estas coisas é que vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência.Ora, nessas mesmas coisas andastes vós também, noutro tempo, quando vivíeis nelas.Agora, porém, despojai-vos, igualmente, de tudo isto: ira, indignação, maldade, maledicência, linguagem obscena do vosso falar.Não mintais uns aos outros, uma vez que vos despistes do velho homem com os seus feitos e vos revestistes do novo homem que se refaz para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou;no qual não pode haver grego nem judeu, circuncisão nem incircuncisão, bárbaro, cita, escravo, livre; porém Cristo é tudo em todos” (Colossences 3:5-10).

O mal no mundo o preocupa? Você deve odiá-lo! Foi dito de Ló, que teve um espírito vacilante quando estava em Sodoma, que sua alma justa foi afligida pelas obras injustas: “…mas livrou Ló, homem justo, que se afligia com o procedimento libertino dos que não tinham princípios morais(pois, vivendo entre eles, todos os dias aquele justo se atormentava em sua alma justa por causa das maldades que via e ouvia)” (2 Pedro 2:7, 8 – NVI). Ló era um homem bom que sofria agonias espirituais dia após dia por causa das maldades que via e ouvia. Mas, sofrer agonias não era o bastante. Enquanto não abominar o mal do mundo, você não andará como um cidadão do Reino de justiça e não terá imunidade. A abominação do mal vai além do legalismo e farisaísmo. O cristão legalista é intolerante, mas realmente não aborrece o mal. Olhe para Deus! Somente a Sua graça fará você odiar o mal.

Jesus adverte que os dias que antecederão à Sua Parusia, também serão semelhantes ao dias em que Ló viveu em Sodoma e Gomorra: “O mesmo aconteceu nos dias de Ló: comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e edificavam; mas, no dia em que Ló saiu de Sodoma, choveu do céu fogo e enxofre e destruiu a todos. Assim será no dia em que o Filho do Homem se manifestar” (Lucas 17:29, 30). Quando sairmos de Sodoma e Gomorra, vamos sair limpos da região, pois o fogo cairá (Gênesis 19). Se não nos afastarmos o bastante, mas só um pouquinho, ainda estaremos em dificuldades e seremos transformados numa estátua de sal. Não podemos parar nos subúrbios da Babilônia. Não permaneceremos na vizinhança de Sodoma e Gomorra, mas devemos prosseguir até o ponto em que olhemos para a iniquidade e as coisas da carne e as odiemos. Nós a abominaremos com tudo que está dentro de nós, e, quando chegarmos a pensar como Deus pensa a respeito da iniquidade, nós a odiaremos violentamente.

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Rai Barreto
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